UFSC inaugura Jardim Cancellier com busto em homenagem ao ex-reitor perseguido pela Lava Jato

Na tarde desta sexta-feira, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) testemunhou um emocionante evento: às vésperas do 63º aniversário da instituição, a comunidade universitária se reuniu para a inauguração do Jardim Cancellier, um espaço carregado de simbolismo e memória dedicado ao ex-reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo.

O Jardim Cancellier está localizado próximo ao centro de ensino onde o ex-reitor passou a maior parte de sua vida acadêmica. Perseguido e humilhado publicamente pela Operação Lava Jato, Luiz Carlos Cancellier de Olivo cometeu suicídio em 2017, e este jardim surge como um tributo à sua história na UFSC.

O atual reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, presidiu a cerimônia e ressaltou a importância do momento, declarando: “Cancellier presente!”. O Jardim Cancellier foi apresentado como um símbolo da universidade tolerante, diversa e inclusiva, como destacou Acioli Cancellier, irmão do ex-reitor, que também esteve presente na cerimônia.

O Diretor do Centro de Ciências Jurídicas (CCJ), José Isaac Pilati, propôs uma iniciativa tocante: o traslado dos restos mortais de Cancellier para o jardim recém-inaugurado quando o curso de Direito da UFSC completar seu centenário, em 2032.

A prisão de Cancellier pela Polícia Federal gerou comoção nacional, e 18 dias depois, ele tirou a própria vida. Agora, com a conclusão das análises, ficou comprovado que não houve irregularidades, e a representação foi arquivada. O informe do TCU, assinado por Leandro Santos de Brum, diretor da Unidade de Auditoria Especializada em Educação, Cultura, Esporte e Direitos Humanos, trouxe alívio à memória do ex-reitor.

Em janeiro deste ano, o presidente Lula (PT) prestou homenagem a Cancellier durante um encontro com reitores de universidades, classificando o caso como uma “aberração” causada pela pressão de “uma polícia de ignorantes, de um promotor ignorante, de pessoas insensatas que condenaram as pessoas antes de investigar e julgar”. 

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