Venezuela revela detalhes das torturas sofridas por diplomata durante detenção nos EUA

Sputnik Brasil – Em coletiva de imprensa feita pelo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela e chefe da equipe negociadora do Executivo, Jorge Rodríguez, foram revelados detalhes sobre as torturas sofridas pelo diplomata venezuelano Alex Saab durante os três anos de sua detenção nos Estados Unidos.

A libertação de Saab ocorreu como parte de um acordo de troca com o governo estadunidense. Rodríguez enfatizou a gravidade dos abusos cometidos contra ele, incluindo golpes, afogamentos e chutes, bem como o tratamento desumano que resultou na perda de três dentes devido às agressões.

O presidente da Assembleia Nacional advertiu que os responsáveis por esses crimes contra a humanidade serão identificados. “Vão ser conhecidas as torturas indizíveis às quais ele foi submetido, os golpes, os afogamentos, o tratamento desumano, [o fato de] terem arrancado três dentes dele a pontapés”, declarou Rodríguez durante a coletiva.

Saab apoiou essa versão, descrevendo sua detenção como um sequestro no qual foi isolado, torturado, difamado e caluniado. Apesar de ter passado 1.286 dias detido, o diplomata enfatizou que não foi possível comprovar qualquer crime contra ele ou contra a Venezuela.

Em menção ao presidente Joe Biden, Saab destacou a eficácia do diálogo sobre o ódio e criticou as sanções impostas nos últimos anos, observando que apenas beneficiaram alguns indivíduos, enquanto contribuíram para o sofrimento do povo venezuelano. “É um país onde meus filhos estão crescendo. É um país que eu amo infinitamente e sou infinitamente grato”, acrescentou Saab se referindo à Venezuela.

O presidente da Assembleia Nacional lembrou que as razões da captura de Saab em Cabo Verde foram confessadas pelo ex-secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, em seu livro “A Sacred Oath”. Este revelou que Saab estava negociando um acordo especial para contornar as sanções.

As declarações de Esper foram respaldadas pelo ex-secretário de Estado Mike Pompeo, que admitiu que não havia ordem de prisão internacional contra Saab no momento de sua detenção. Além disso, Rodríguez destacou que as autoridades cabo-verdianas e norte-americanas não conseguiram provar qualquer crime em mais de três anos.

Rodríguez revelou que a administração do ex-presidente Donald Trump viu no sequestro de Saab uma oportunidade para enfraquecer o governo de Nicolás Maduro, usando a pandemia de COVID-19 como ferramenta para afetar a Venezuela. Ele também citou o então enviado especial dos EUA para a Venezuela, Elliott Abrams, que ameaçou matar de fome o povo venezuelano.

Além disso, a oposição extremista, incluindo Juan Guaidó e Julio Borges, foi implicada no cerco econômico e financeiro, bem como no sequestro de Alex Saab. Foi anunciado que Saab e sua esposa farão parte da mesa de negociação com a Plataforma Unitária, representando a oposição extremista em futuras conversas.

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