Senadores dos EUA têm “profundas preocupações” sobre os planos de listagem da JBS (JBSS3) em Nova York

WASHINGTON (Reuters) – A listagem das ações do frigorífico JBS (JBSS3) em Nova York exporia os investidores a riscos e o órgão regulador do mercado de capitais norte-americano, Securities and Exchange Commission (SEC), deveria examinar de perto o histórico criminal e ambiental da empresa, afirmou um grupo bipartidário de senadores dos Estados Unidos em uma carta enviada à agência na quinta-feira.

A JBS, maior processadora de carne do mundo, ressuscitou em julho um esforço de mais de uma década para listar suas ações na Bolsa de Valores de Nova York, na esperança de acessar capital mais barato e chegar a mais investidores.

Sua tentativa anterior foi atrasada, em parte, por um escândalo de corrupção no Brasil em 2017. Em 2020, a SEC multou a JBS em 27 milhões de dólares para resolver outras acusações de suborno relacionadas à sua aquisição em 2009 da Pilgrim’s Pride, outra importante empresa de carnes dos EUA.

Esses eventos, mais as alegações de ativistas ambientais de que as práticas de fornecimento de gado da empresa contribuem para o desmatamento da Amazônia, apresentam “profundas preocupações” sobre a possível listagem, disseram os 15 senadores, que incluem os democratas Elizabeth Warren e Cory Booker e os republicanos Marco Rubio e Josh Hawley.

“A aprovação da proposta de listagem da JBS sujeitaria os investidores norte-americanos ao risco de uma empresa com um histórico de corrupção flagrante e sistêmica, além de consolidar ainda mais seu poder de monopólio e encorajar suas práticas de monopólio”, escreveram eles na carta relatada pela primeira vez pela Reuters.

A JBS não respondeu imediatamente a um pedido de comentário, mas disse que a listagem “melhorará sua governança corporativa e transparência”

A SEC não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A JBS é uma das quatro maiores empresas de carne dos Estados Unidos que, juntas, abatem cerca de 85% do gado engordado com grãos dos EUA.

Grupos ambientalistas pediram à SEC que negue a listagem da JBS com base no fato de que as práticas de compra de gado da empresa incentivam o desmatamento da floresta amazônica.

Um relatório de outubro dos promotores federais brasileiros constatou que cerca de 6% do gado da empresa foi comprado de fazendas com “irregularidades”, como o desmatamento ilegal, abaixo dos 17% do ano anterior. A JBS afirmou que corrigiu problemas anteriores com suas práticas de fornecimento.

Antes que a JBS possa apresentar seu acordo de listagem para aprovação dos acionistas, a SEC deve determinar que sua oferta esteja em conformidade com as regulamentações dos EUA.

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