Ministério da Justiça tem 4 nomes cotados para substituir Flávio Dino, dizem fontes à Sputnik

Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino está de saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Com isso, pelo menos quatro nomes são ventilados para assumir a pasta.

De acordo com uma fonte ligada ao Ministério da Justiça, os nomes de Ricardo CappelliAugusto de Arruda Botelho e Ricardo Lewandowski ganham força em Brasília e um deles pode ser o próximo ministro da Justiça do governo Lula. Simone Tebet também é cotada.

Cappelli é jornalista, pós-graduado em administração pública e integra os quadros do governo como secretário-executivo do Ministério da Justiça. Ele foi escolhido em dezembro do ano passado pelo próprio Flávio Dino para ser o número dois da pasta. Cappelli inclusive já participou de outras gestões do governo Lula, como secretário nacional de Esporte, Educação, Lazer e Inclusão Social, entre 2003 e 2006.

Secretário nacional de Justiça, Botelho é advogado e especialista em direito penal, também escolhido para o cargo que ocupa atualmente por Dino. Já foi conselheiro da Human Rights Watch, organização que defende e realiza pesquisas sobre direitos humanos, além de ter se oposto a recentes abusos do Ministério Público e do Judiciário, entre eles os cometidos durante a operação Lava Jato.

O último cotado, o ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski, viajou na segunda-feira (27) ao lado de Lula para os Emirados Árabes Unidos, como integrante da comitiva que participa da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023 (COP28). Lewandowski deixou o STF em abril, ao completar 75 anos, sendo substituído por Cristiano Zanin.

Notícias do Brasil

Disputas entre STF e Congresso são problemas de Lula? Especialistas avaliam

30 de outubro, 17:53

Dino deve entrar no lugar de Rosa Weber, que deixou a Suprema Corte no dia 30 de setembro. Antes disso, vai ser submetido a uma sabatina no Senado Federal, conforme rege a Constituição brasileira. Se aprovado, ingressará nos quadros do STF.

A luta por representatividade, indicada por Lula ao subir a rampa do Planalto no dia 1º de janeiro, ganhou corpo até a indicação de Dino. Pedidos para que uma mulher, sobretudo negra, compusesse o STF inundaram as redes sociais e apareceram nos veículos de comunicação. A indicação, no entanto, não veio. Agora Cármen Lúcia é a única mulher entre os ministros do Supremo.

Segundo a fonte ligada ao Ministério da Justiça, o nome de Simone Tebet também ganha força nesse cenário, composto por críticas a Lula após indicar outro homem ao STFTebet foi candidata à Presidência da República em 2022 pelo MDB e atualmente também faz parte dos quadros do governo, como ministra do Planejamento.

A fonte afirmou ainda à Sputnik Brasil que a indicação de Dino ao STF tem gerado mudanças impactantes: “Estão adicionando mulheres à pasta, algumas para cargos muito importantes”, disse. Uma das nomeadas nesse período foi Estela Aranha, que vai exercer o cargo de secretária de direitos digitais do Ministério da Justiça.

As mudanças provocadas pelo governo são descritas como “movimentos para conseguir mais apoio”, completou a fonte.

Notícias do Brasil

STF define pena de 16 anos de prisão para condenados por atos golpistas em 8 de janeiro

27 de outubro, 18:04

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O que está por trás do poder financeiro de Israel?

11:36 27.11.2023 (atualizado: 11:49 27.11.2023)

 - Sputnik Brasil, 1920, 27.11.2023

© AFP 2023

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O produto interno bruto (PIB) de Israel disparou para US$ 501 bilhões no ano passado e estima-se que aumente para US$ 611 bilhões até 2026. O Estado é agora apontado como a 29ª maior economia do mundo em termos de PIB. Então, o que tem potencializado os cofres de Israel? A Sputnik explica.

O rendimento per capita de Israel é agora de US$ 58.273,00 (R$ 285.269,64), o segundo mais elevado do Oriente Médio depois do Catar que tem US$ 83.890,00 (R$ 410.717,05), de acordo com a base de dados do World Economic Outlook do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Este é um grande salto em relação à década de 1980, quando o Estado foi atingido por uma série de dificuldades econômicas, incluindo hiperinflação e uma forte dependência das importações, e o rendimento per capita do país foi avaliado em cerca de US$ 6.600,00 (R$ 32.359,80).

Várias fontes atribuem o atual poderio financeiro de Israel a uma série de fatores cruciais, incluindo as pesadas contribuições dos EUA, as medidas tomadas no rescaldo da crise econômica no início da década de 1980, o pesado investimento em investigação e desenvolvimento, a exportação de alta tecnologia e um setor de turismo próspero.

Ajuda norte-americana

compromisso de Washington em ajudar Tel Aviv tem raízes antigas, que remontam a 14 de maio de 1948, quando os EUA foram o primeiro país a reconhecer Israel como um Estado independente.

De acordo com fontes abertas, os EUA forneceram a Israel mais de US$ 260 bilhões (cerca de R$ 1,2 trilhão) em ajuda militar e econômica combinada desde então, dando também cerca de US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 49,02 bilhões) a mais em contribuições para sistemas de defesa antimísseis israelenses como a Cúpula de Ferro.

Em 2016, o então presidente dos EUA, Barack Obama, assinou um acordo sobre um pacote global de US$ 38 bilhões (cerca de R$ 186,2 bilhões) em ajuda militar a Israel entre 2017 e 2028.

Panorama internacional

Comitê de Inteligência da Câmara: EUA não deverão destinar dinheiro a Ucrânia e Israel antes de 2024

27 de novembro, 06:48

esforço dos EUA para dar tanto a Israel pode ser atribuído a uma série de fatores, incluindo as obrigações históricas da América do Norte que remontam ao apoio acima mencionado à criação do Estado judeu em 1948. Além disso, os EUA consideram Israel um país aliado crucial no Oriente Médio, que partilha os seus objetivos e tem um compromisso mútuo com o que Washington chama de “valores democráticos”.

De acordo com o Serviço de Pesquisa do Congresso dos EUA, a “ajuda externa norte-americana tem sido um componente importante para cimentar e reforçar estes laços [Tel Aviv-Washington]. As autoridades dos EUA e muitos legisladores há muito consideram Israel um parceiro vital na região”.

A agência de assistência externa do governo dos EUA, por sua vez, disse que o apoio norte-americano “ajuda a garantir que Israel mantenha a sua vantagem militar qualitativa [QME, na sigla em inglês] sobre potenciais ameaças regionais“. A agência acrescentou que o objetivo é garantir que Israel esteja “suficientemente seguro para tomar as medidas históricas necessárias para chegar a um acordo de paz com os palestinos e para uma paz regional abrangente”.

Crise econômica virou sucesso?

Em uma entrevista a um jornal on-line indiano, o professor Tomer Fadlon, conferencista e conselheiro acadêmico do programa de mestrado em cibernética, política e governo da Universidade de Tel Aviv, destacou que a trajetória de Israel reflete “uma história de sucesso de uma nação que enfrentou uma grave crise de recursos“.

“Foi essa escassez aliada a uma crise econômica que nos fez procurar o melhor e além, e procurar caminhos para crescer. A escassez de recursos nos fez trabalhar mais e isso resume todo o sucesso econômico que se seguiu”, sublinhou.

Investindo em P&D

O professor apontou a liberalização da economia israelense em 1985 como parte das reformas econômicas, que surgiram após um colapso econômico no Estado em anos anteriores, quando o governo de Israel gastou muito na defesa. Segundo ele, um dos resultados positivos da liberalização econômica foi o impulso de Israel para investir em pesquisa e desenvolvimento (P&D).

“[…] Israel abriu as portas ao investimento estrangeiro direto, e os gastos do governo em segurança e defesa caíram de cerca de 25% do PIB para cerca de 5% a 6%”, sublinhou Fadlon.

Ele acrescentou que no início da década de 1990, Israel começou a gastar muito em pesquisa e desenvolvimento. “Consequentemente, os gastos em P&D como parcela do PIB aumentaram drasticamente para 5% e criaram uma lacuna entre Israel e outros países”, disse o professor.

Em 2021, as despesas de Israel em P&D saltaram para 5,6% do PIB, o que é o mais elevado do mundo e é seguido pela Coreia do Sul (4,9%) e Taiwan (3,8%), segundo estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Fadlon observou a este respeito que “nós [Israel] tivemos a sorte de gastar [em] pesquisa muito antes de todos os outros e, quando a tecnologia da informação explodiu, já havíamos alcançado vantagem comparativa”, explicou.

Exportações de alta tecnologia

Muitos atribuem um aumento no rendimento per capita de Israel após 2006 à exportação de grandes volumes de tecnologia de alta qualidade da época.

O Comtrade da ONU — um repositório de estatísticas do comércio global — define as exportações de alta tecnologia como “produtos com alta intensidade de P&D, como aeroespacial, computadores, produtos farmacêuticos, instrumentos científicos e máquinas elétricas”.

De acordo com dados do Comtrade da ONU, as exportações de alta tecnologia de Israel valeram US$ 3,12 bilhões (cerca de R$ 15,2 bilhões) em 2007, com os anos seguintes a verem o valor aumentar gradualmente. Em 2021, Tel Aviv exportou impressionantes US$ 17 bilhões (aproximadamente R$ 83,1 bilhões) em alta tecnologia, o que representou cerca de um terço das suas exportações de produtos manufaturados. As outras exportações do Estado se referem a diamantes lapidados, petróleo refinado, produtos agrícolas, produtos químicos, têxteis e vestuário.

Os dados da Autoridade de Inovação de Israel indicam que o país ocupa o primeiro lugar no mundo em percentual do PIB proveniente de indústrias de alta tecnologia (15%) e percentagem da força de trabalho em alta tecnologia (10%).

Panorama internacional

Economia de Israel deve encolher 11% no final do ano em meio à guerra com o Hamas, diz mídia

30 de outubro, 14:07

Turismo

O turismo em Israel continua a ser uma das principais fontes de rendimento do país, com receitas que deverão atingir um total de US$ 3,48 milhões (cerca de R$ 17,01 milhões) antes do final deste ano, de acordo com estatísticas oficiais. O valor está projetado para aumentar para US$ 4,45 milhões (aproximadamente R$ 21,7 milhões) até 2027.

De acordo com fontes israelenses, o Estado teve até agora 2,5 milhões de entradas de turistas em 2023, enquanto Israel registrou o maior fluxo de turistas com 4,9 milhões de visitantes em 2019.

A empresa de classificação S&P Global afirmou entretanto que uma provável interrupção do turismo estrangeiro em Israel devido ao atual conflito armado do país com o grupo militante palestino Hamas pode ter um impacto “mínimo” na economia do Estado judeu

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