Lucro líquido da JBS caiu 85,7% no terceiro trimestre

Resultado alcançou R$ 572,7 milhões; Ebitda e receita também recuaram

A JBS, maior empresa de proteínas animais do mundo, encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 572,7 milhões, 85,7% menor que no mesmo período de 2022. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 43,3% na comparação, para R$ 5,409 bilhões e a receita líquida consolidada da empresa recuou 7,6%, para R$ 91,41 bilhões. Cerca de 75% das vendas globais foram geradas nos mercados dos países em que a companhia atua, e 25% vieram de exportações.

Segundo a JBS, seu fluxo de caixa livre foi de R$ 3,4 bilhões no terceiro trimestre, com uma melhora de R$ 1,7 bilhão no capital de giro, influenciada pela redução de estoques. O fluxo de caixa das atividades operacionais totalizou R$ 6,3 bilhões, e o das atividades de investimentos somou R$ 1,8 bilhão. A despesa financeira da dívida líquida de R$ 80,4 bilhões alcançou R$ 1,3 bilhão, 2,8% menos que em igual intervalo do ano passado, e o resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 1,839 bilhão. A alavancagem em real subiu de 3,87 vezes, no terceiro trimestre de 2022, para 4,84 vezes.

A JBS Beef North America, que inclui as operações com carne bovina do grupo brasileiro nos Estados Unidos, voltou a liderar a receita líquida de julho a setembro, com R$ 29 bilhões (queda de 0,3% ante o terceiro trimestre de 2022). Em seguida vieram a controlada americana Pilgrim’s Pride (R$ 21,3 bilhões, baixa de 9,3%), a JBS Brasil (R$ 14,4 bilhões, redução de 11,1%), a brasileira Seara (R$ 10,2 bilhões, retração de 13,3%), a JBS USA Pork (R$ 9,89 bilhões, queda de 11,3%) e JBS Australia (R$ 7,688 bilhões, baixa de 12%).

No ranking dos Ebitdas ajustados, a Pilgrim’s Pride liderou, com R$ 2,195 bilhões, 25,7% menos na comparação anual. Depois ficaram JBS USA Pork (R$ 1,021 bilhão, alta de 2,2%), JBS Australia (R$ 664,6 milhões, aumento de 34,7%), Seara (R$ 566,4 milhões, queda de 68,2%), JBS Beef North America (R$ 502,7 milhões, baixa de 80,1%) e JBS Brasil (R$ 484,4 milhões, redução de 41,3%). A JBS envolve as operações de bovinos da companhia no país, incluindo a marca Friboi.

Linha de produção em unidade da JBS (foto: Divulgação)

Em comunicado, a JBS informou que pesou sobre a receita líquida da Seara a queda do faturamento com as exportações de carnes de frango e suína. Foram US$ 1 bilhão a menos, ou 14%. No mercado doméstico, as vendas recuaram 5%. Em outubro, a divisão inaugurou novas fábricas de empanados de frango e salsichas em seu complexo industrial em Rolândia, no Paraná. Também a JBS Brasil registrou redução na receita com exportações, de 10%. Mas a receita com as vendas de carne bovina no mercado interno subiu 3%, impulsionada por crescimento da oferta e diminuição de preços.

Se a oferta de bovinos voltou a crescer no Brasil – e na Austrália, onde a disponibilidade também está mais confortável -, nos EUA ficou ainda mais apertada, limitando as exportações a partir daquele país e comprimindo as margens dos frigoríficos em geral. Já o menor custo dos grãos, que ajudou a Seara no Brasil, também beneficiou os negócios com carnes de frango e suína no mercado americano. Na divisão Pilgrim’s Pride, a JBS realcou a melhora dos resultados tanto nos EUA quanto no México e na Europa em relação ao primeiro semestre.

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