Celso Lungaretti: A PRISÃO DE BOLSONARO TEM DE VIR COMO UM AJUSTE DE CONTAS COM OS QUE MORRERAM POR CAUSA DELE E NÃO ESTÃO MAIS AQUI

CAUSA DELE E NÃO ESTÃO MAIS AQUI

Finalmente surge na grande imprensa uma voz contundente que, tanto como eu nas redes sociais, denuncia a infâmia que os pizzaiolos dos três Poderes estão prestes a levar ao forno: a rápida condenação de Jair Bolsonaro à inelegibilidade e a ausência de quaisquer iniciativas para agilizar a tramitação dos processos para puni-lo pela infinidade de outros crimes por ele cometidos, o que equivale a um sinal verde para as infinitas manobras protelatórias que acabarão por levar tais processos à prescrição. 
Assim, faço questão de endossar e recomendar o artigo desta 4ª feira (19) do colega Josias de Souza, do qual destaco estes trechos:

Se ficar apenas inelegível, Bolsonaro permanecerá no lucro. Ele deve passar os próximos anos lutando para não ser condenado e preso por um rosário de crimes que cometeu antes, durante e depois de sua passagem pela Presidência da República. As investigações em curso (…) apontam que ele está no centro de uma série de ações voltadas a derrubar o Estado democrático de direito. Esse pacote envolveu o fomento aos acampamentos golpistas de onde brotaram as ações terroristas de 12/12 (quando ônibus e carros foram queimados em Brasília), de 24/12 (com a bomba plantada em um caminhão de combustível para explodir o aeroporto da capital federal) e de 08/01 (com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes). Isso sem contar as centenas de indígenas Yanomami mortos e os quase 700 mil óbitos por covid-19 por ação de seu governo… ‘Eu nem estava lá, e eles querem me culpar!’ e ‘uma ordem de prisão pode vir do nada’, disse ele ao Wall Street Journal em fevereiro, usando um álibi tão eficaz quanto a cloroquina para a covid. Uma ordem de prisão não virá do nada, pelo contrário, se vier será uma ação tardia, um ajuste de contas com os que morreram por causa dele e não estão mais aqui para exigir Justiça.


O maior exterminador de brasileiros de nossa História não pode safar-se com tanta facilidade como se safaram os torturadores da ditadura militar, mas é a isto que chegaremos se depender dos magistrados, dos parlamentares e do  Lula, que em 2008 proibiu seus ministros mais combativos de proporem a revisão da anistia de 1979 (aquela que livrara a cara dos algozes, igualando-os a suas vítimas).  

Há meses venho alertando que, se os que deveriam falar pelos coitadezas que o palhaço psicopata massacrou continuarem calados, nem sequer o pior criminoso que este país já produziu irá para trás das grades. 
Ou saímos às ruas numa nova campanha tipo diretas-já, ou estaremos compactuando com a avacalhação definitiva desta joça que um dia foi um país. 

(por Celso Lungaretti, jornalista, escritor e veterano da resistência à ditadura militar).

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