Reuters – O superávit comercial recorde do Brasil impressionou em 2023, mas deve ser difícil de se repetir à frente, afirmaram economistas e autoridades do governo, prevendo que a queda nas taxas de juros impulsionará as importações.
O desempenho robusto dos setores de petróleo, minério e do agronegócio pavimentou o caminho para um excedente comercial que saltou ao longo da última década, passando a diferenciar o Brasil dos seus pares regionais.
No entanto, o superávit do ano passado cresceu mais de 50% em relação a 2022, para quase 100 bilhões de dólares, em grande parte devido a uma queda de 12% nas importações, uma vez que o valor das exportações ficou quase estável.
Essa dinâmica deverá mudar este ano, dizem os analistas, embalada por uma recuperação dos investimentos, que tiveram performance sofrível em 2023.
Alguma reação é agora prevista em meio ao ciclo de afrouxamento monetário e a um maior ímpeto do setor privado na esteira dos investimentos públicos já sinalizados pelo governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva para obras de infraestrutura.
Lula, que também busca fazer da multiplicação dos canteiros de obras uma vitrine para o Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições municipais deste ano, assinalou em outubro que não seria necessário cumprir a meta de zerar o déficit primário em 2024 dada a importância de assegurar financiamento para projetos prioritários.