Senado americano vai ouvir JBS sobre desmatamento e emissões

Os parlamentares que participarão da audiência foram subsidiados pela ONG Mighty Earth com um relatório crítico ao trabalho da companhia de origem brasileira

  • Por Claudio Dantas

Reprodução/JBSJBS

Empresa tem 15 dias para contestar a decisão do governo dos EUA

A Comissão de Finanças do Senado dos Estados Unidos vai realizar na quinta-feira 22 uma audiência pública para debater o tema “Cadeias de abastecimento de gado e desmatamento da Amazônia”. Um dos convocados é Jason Weller, diretor global de Sustentabilidade da JBS. Também vão depor Rick Jacobsen, gerente de Política de Commodities da Agência de Investigação Ambiental dos EUA; Rayan Berg, diretor do Programa das Américas do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, e Leo McDonnell, proprietário da produtora de rações McDonnell Angus.

Os parlamentares que participarão da audiência foram subsidiados pela ONG Mighty Earth com um relatório crítico ao trabalho da companhia de origem brasileira. Segundo o documento, o grupo de proteína animal é acusado de manter “estratégia de constante expansão, comprando concorrentes, entrando em novos mercados e controlando cada vez mais a cadeia de produção de carne”. “No curso de consolidar sua posição, a JBS tem impulsionado a destruição da Amazônia e outros ecossistemas. É responsável por emissões superiores às da Itália e tem sido associada a práticas de suborno, fixação de preços, poluição, exploração de trabalhadores e venda de carne contaminada “, diz a ONG, que estima em 200 mil hectares desmatados em sua cadeia direta de abastecimento e 1,5 milhão em seu abastecimento indireto.

A Mighty Earth recomenda que a companhia seja excluída do portfólio de bancos de investimento e financeiras, assim como de supermercados, distribuidoras e restaurantes nos EUA. No Brasil, a ONG pressiona para que o BNDES deixe de financiar operações do grupo e retire qualquer tipo de investimento, introduzindo regras fortes contra o desmatamento e limites regulatórios estritos para a emissão de metano. Ela também cobra da JBS a divulgação de suas emissões totais, incluindo carbono, dióxido de carbono, óxido nitroso e metano, com auditoria externa.

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