O número de denúncias de trabalho escravo e análogo à escravidão bateu recorde no Brasil em 2023, segundo dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Foram 3.422 casos registrados pelo Disque 100 em um ano, um aumento de 61% em relação a 2022, de acordo com informações obtidas pela GloboNews.
Esse tipo de violação representou 19% do total de denúncias de direitos humanos no serviço. Isso significa que uma em cada cinco denúncias era de trabalho análogo à escravidão, que é definido pelo Código Penal como a submissão de alguém a trabalhos forçados, jornada exaustiva, condições degradantes ou restrição de locomoção por dívida.
Segundo o governo, o país vem batendo “recordes” consecutivos de denúncias desde 2021. Foram 1.915 relatos naquele ano, 2.119 em 2022 e 3.422 em 2023. Antes, o maior número em um único ano tinha sido de 1.743 denúncias em 2013.
O Ministério do Trabalho e Emprego informou que o número de resgatados em situação análoga à escravidão também aumentou: foi o maior dos últimos 14 anos. Entre 1º de janeiro e 21 de dezembro de 2023, foram resgatados 3.151 trabalhadores.
Somadas, as dívidas rescisórias de pagamentos como salário, FGTS, férias e 13º dos patrões com esses funcionários chegaram a cerca de R$ 12,4 milhões.
O maior número de resgatados foi registrado na região Sudeste. Até a primeira semana de dezembro, 1.129 trabalhadores foram retirados dessas situações de violação de direitos na região – o Centro-Oeste vem em seguida, com 773.
Resgates por região em 2023, até 8 de dezembro:
Sudeste: 1.129
Centro-Oeste: 773
Sul: 495
Nordeste: 482
Norte: 160
Estados com maior número de resgates em 2023, até 8 de dezembro:
Goiás: 692
Minas Gerais: 632
São Paulo: 387
Rio Grande do Sul: 333
Piauí: 158
Também até dezembro do ano passado, o maior número de casos na área rural foi registrado nas lavouras de café (300) e cana-de-açúcar (258) e nas atividades de apoio à agricultura (249). Já nas áreas urbanas, as obras de urbanização lideram (18 resgates).
Com informações do g1