Mais uma vítima de fake news se suicidou nessa sexta-feira (22). A jovem Jéssica Canedo, de 22 anos, foi alvo de perfis de fofoca na internet que espalharam mentiras sobre ela. O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, lamentou o caso nas redes sociais e defendeu a regulação das plataformas digitais. Ele alertou para o risco de notícias falsas agravarem doenças mentais, como a depressão, entre os jovens. Para o ministro, a “regulação das redes sociais torna-se imperativo civilizatório”.
“A irresponsabilidade das empresas que regem as redes sociais diante de conteúdos que outros irresponsáveis e mesmo criminosos (alguns envolvidos na política institucional) nela propagam tem destruído famílias e impossibilitado uma vida social minimamente saudável”, declarou.
Jéssica faleceu depois de ser vítima de fake news na internet em que diálogos criados por inteligência artificial simulando uma conversa íntima dela com o humorista Whindersson Nunes começaram a circular nas redes sociais, impulsionados por grandes páginas de entretenimento encabeçada pela página Choquei.
“Por isso, volto ao ponto: a regulação das redes sociais torna-se um imperativo civilizatório, sem o qual não há falar-se em democracia ou mesmo em dignidade. O resto é aposta no caos, na morte e na monetização do sofrimento”, acrescentou o ministro.
O perfil Choquei se pronunciou sobre o caso por meio de um comunicado assinado pela advogada e ex-BBB Adélia Soares, onde lamentou o ocorrido e negou qualquer responsabilidade com a fatalidade.
“Lamentamos profundamente o ocorrido e nos solidarizamos com os familiares e todos os afetados pelo triste acontecimento. Reforçamos nosso compromisso em agir com diligência e responsabilidade”, diz um trecho da nota.
A página Choquei apagou as postagens sobre a jovem após a tragédia e internautas passaram a pedir que o perfil fosse responsabilizado pelo ocorrido.