Javier Milei, presidente da Argentina, confirmou que o Banco Central emitirá notas de 20 mil e 50 mil pesos devido à alta inflação no país. As cédulas atualmente em circulação no país têm denominação muito inferior. A medida, segundo Milei, tem como objetivo aliviar as complicações geradas nas transações em dinheiro. A inflação no país chegou a 142,7% nos últimos 12 meses, e a pobreza atinge quase 40% da população.
– É uma tortura lidar com as notas – disse Milei. – Imagine que você tem que fazer um pagamento em dinheiro e precisa carregar um monte de papel, o que basicamente coloca um rótulo na sua testa dizendo ‘roube aqui’. É óbvio que você está carregando dinheiro – completou Milei durante entrevista com LN+, canal de tevê local.
A ausência de cédulas “dificulta transações e gera muitos custos”, segundo Milei. Ele atribuiu as dificuldades ao governo anterior.
– Entendo que os kirchneristas tenham usado essa artimanha para tentar desacelerar a circulação do dinheiro, mas nós, como parte de nosso programa fiscal, monetário e cambial, fechamos a torneira monetária e no plano do déficit fiscal – acrescentou.
Um peso argentino equivale a 0,006 real brasileiro na cotação desta quarta-feira.
O presidente da Argentina na posse falou em choque e forte ajuste fiscal. Ele assinou ontem um decreto para dispensar funcionários públicos que foram contratados este ano. Cerca de 7 mil pessoas estão nessa situação e não terão os contratos renovados, segundo a imprensa argentina.
O ‘Decretaço’ é alvo de questionamentos na Justiça. Milei propôs mais de 300 medidas para desregulamentar a economia do país, incluindo a eliminação de controles de preços e da burocracia para ajudar a promover a atividade industrial. Os autores de uma ação judicial pedem que o decreto seja declarado inconstitucional por não ter passado pelo Congresso.
Com informações do UOL.