Em um pronunciamento de fim de ano, o presidente Javier Milei defendeu vigorosamente o mega Decreto de Necessidade e Urgência (DNU), que entrou em vigor na última sexta-feira. O líder pressionou deputados e senadores a aprovarem a “lei omnibus” no Congresso e reiterou que o ano de 2024 será desafiador. Em um tom apocalíptico, advertiu a oposição de que qualquer bloqueio ao seu programa de ajuste resultaria em uma “catástrofe social de proporções bíblicas”, segundo reportagem do Página 12.
Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, o presidente argumentou que as medidas contidas no DNU eram “necessárias” devido à situação do país, que enfrenta “a pior herança da história”. Utilizando essa justificativa, ele exigiu dos legisladores a aprovação do extenso projeto enviado ao Parlamento e previu que “será aprovado”. Milei apresentou aos legisladores duas opções: “rejeitar e continuar com o modelo anterior, ou aceitar o projeto para realizar uma mudança profunda”.
Na mesma linha, o presidente dirigiu um aviso à liderança sindical e social, afirmando que eles “podem ser a solução ou parte do problema”. Em relação à possibilidade de rejeição do DNU, Milei lançou uma ameaça profética: “Se nosso programa for obstruído pelos mesmos de sempre que não querem que nada mude, não teremos os instrumentos para evitar que esta crise se transforme em uma catástrofe social de proporções bíblicas”.
Dirigindo-se aos argentinos em um vídeo gravado e divulgado às 22 horas, Milei ressaltou que estava no poder há “três semanas” e reiterou seu compromisso em “dizer uma verdade desconfortável em vez de uma mentira reconfortante”. Desvinculando-se das consequências do programa de ajuste, o presidente manifestou que, devido às “decisões irresponsáveis adotadas pelos governos anteriores”, o próximo ano será difícil para todos.
“Estamos diante de uma situação de emergência nacional que exige uma ação imediata e decisiva, com a utilização dos maiores recursos possíveis, que ultrapassam em muito os recursos que utilizamos nessas primeiras semanas”, acrescentou.
O presidente apresentou uma série de estimativas difíceis de serem comprovadas, afirmando que se as medidas propostas avançarem, “em um período de 45 anos nos permitirá aspirar a multiplicar por 10 vezes nosso PIB per capita”. Ele destacou que isso depende tanto do governo quanto dos líderes sindicais e sociais, dos legisladores e “dos argentinos de bem”, a quem convidou a exigir “de seus representantes a aprovação” do projeto.
Após “desejar a todos os argentinos um feliz ano novo” e que possam celebrar com suas famílias e entes queridos, Milei afirmou que “pode ser o ano em que revertamos um século de fracasso, deixemos para trás o modelo coletivista que nos empobreceu e abracemos novamente o modelo da liberdade”.