Em mais uma agenda como presidente do PL Mulher, Michelle Bolsonaro fez um discurso neste sábado no Rio de Janeiro típico de candidata. Atacou o presidente Lula e o ministro dos Direitos Humanos, Sílvio Almeida. Também falou do evento de Juiz de Fora de 6 de setembro de 2018, apontado por todos os analistas como decisivo para a eleição de Bolsonaro.
Contrariando a conclusão do inquérito da Polícia Federal, Michelle insinuou que Adélio Bispo de Oliveira não agiu sozinho e havia um plano para tirar Bolsonaro da disputa. “Os que pregam o amor matam. Eles te tiram do caminho, eles assassinam tua reputação”, afirmou.
Michelle Bolsonaro criticou as viagens e os gastos de Lula ao exterior, e afirmou ser a “a pessoa mais perseguida do Brasil”.
O evento, organizado pelo PL Mulher, lotou um anfiteatro na Zona Oeste do Rio de Janeiro, com capacidade para receber até dez mil pessoas, informa O Globo.
Além de Lula, Michelle dirigiu suas críticas ao ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. Sem citá-lo nominalmente, afirmou que a pasta dele agora tem trabalho “para os bandides”, ironizando o uso da linguagem neutra.
Michelle Bolsonaro tenta ligar Sílvio Almeida ao crime organizado, por conta da participação de Luciane Barbosa Farias, esposa de um homem condenado por tráfico, em um evento dos comitês do Mecanismo de Prevenção e Combate à Tortura, em Brasília.
O que Michelle esconde é que a viagem para participação no evento do Mecanismo faz parte de um programa que existe no Brasil há bastante tempo, com orçamento próprio, criado depois que o País foi condenado pela ONU por violação de direitos humanos nas prisões.
O Mecanismo funcionou inclusive no governo de Jair Bolsonaro, com autonomia orçamentária. Quem indicou Luciane Barbosa Farias para participar do encontro em Brasília foi o comitê estadual do Amazonas. Luciane dirige uma ONG de defesa dos direitos dos presos.