A indicação de Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça esbarra na relação entre ele e os irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, afirmou o colunista Wálter Maierovitch durante o UOL News desta terça (9).
Quando Lewandowski se aposentou, ele foi contatado pelos irmãos Batista para fazer a defesa das empresas. Ele foi para Nova York onde, segundo informações da imprensa, teria se instalado e montado todo um esquema para a defesa técnica e jurídica desse pessoal.
Isso prejudica muito o Lewandowski. Lula passaria a ser atacado pelo fato de o Lewandowski ter abraçado a causa dos irmãos Batista, como se Joesley e Wesley, que são potentes e poderosos, pudesse ter intromissões no Ministério .Isso estaria atrasando a escolha de Lewandowski, que é da absoluta confiança do Lula e foi indicado por ele ao Supremo.
Em delação premiada, os irmãos Batista revelaram pagamento de propina. Em 2017, Joesley e Wesley, donos da J&F, que controla a JBS, relataram ao Ministério Público que subornaram diversos agentes públicos por meio de emissão de notas fiscais frias da JBS e pagamentos em espécie.
Em acordo, a J&F se comprometeu pagar uma multa de R$ 10,3 bilhões ao Tesouro Nacional e empresas públicas.
Após se aposentar do STF, Ricardo Lewandowski foi contratado para escrever dois pareceres e atuar como consultor sênior do Grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista. A movimentação ocorreu em meio a uma briga judicial com os indonésios da Paper Excellence pela Eldorado Papel e Celulose, que possui uma megaplanta para exportação em Três Lagoas (MS). Segundo a reportagem, o ex-ministro do Supremo, que completou 75 anos recentemente, passou a atuar na equipe jurídica da J&F menos de uma semana depois de sua saída do Supremo por ter atingido a idade da aposentadoria compulsória.