O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que Jair Bolsonaro; o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha; e as polícias federais, do Exército e do DF fizeram um “pacto” que permitiu atos violentos de bolsonaristas antes de sua posse em janeiro de 2023.
Lula se referiu ao episódio em que bolsonaristas incendiaram ônibus e carros em Brasília em 12 de dezembro de 2022. “Tinha havido aquela atuação canalha que envolveu inclusive gente de Brasília, quando tacaram fogo em ônibus no dia em que fui diplomado. Eu estava no hotel assistindo a eles queimando ônibus, carros, e a polícia acompanhando sem fazer nada. Havia na verdade um pacto entre o ex-presidente da República (Jair Bolsonaro), o governador de Brasília (Ibaneis Rocha) e a polícia, tanto a do Exército quanto a do DF (Distrito Federal). Isso havia, inclusive com policiais federais participando. Ou seja, aquilo não poderia acontecer se o Estado não quisesse que acontecesse”, disse Lula na entrevista.
O presidente também sugeriu que o então futuro ministro da Defesa, José Múcio, falhou em fornecer informações sobre os riscos de violência bolsonarista antes da posse.
“Antes de viajar para São Paulo, conversei com o ministro Múcio, ele disse que estava tranquilo, que as pessoas iam sair. Viajei tranquilo. Não me passava pela cabeça que eu ia ser pego de surpresa com aquela manifestação. Sinceramente, não tive as informações corretas que tinha possibilidade de acontecer aquilo. Tinha informação de que acampamentos estavam acabando, mas depois tive informação que, no sábado, começou a chegar gente de ônibus nos acampamentos. Não imaginei que pudessem chegar à invasão”, disse Lula.