O ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, foi indiciado pela Polícia Federal 38 vezes por maus-tratos contra aves silvestres que o delegado mantinha irregularmente em sua residência, em Brasília.
A jornalista Bela Megale informa, em sua coluna no Globo, que Torres também foi indiciado pelos crimes de falsidade ideológica, juntamente com sua mãe, Amélia Torres, por registrar criadouros de pássaros em nome dela sem que a transferência de aves tivesse ocorrido na prática, já que os pássaros permaneceram na casa do ex-ministro.
Além disso, a PF indiciou Torres por manter criadouros irregulares com pássaros da espécie bicudo, criticamente ameaçada de extinção, e por falsificação de anilhas das aves.
A investigação policial aponta que foram encontradas oito anilhas falsas em animais que estavam na casa de Torres, o que configura o delito de falsificação de selo. Ele foi indiciado oito vezes por esse delito.
O inquérito policial foi instaurado a partir de irregularidades encontradas nos criadouros do ex-ministro após ações de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e do Instituto Brasília Ambiental (Ibram). Ele foi multado pelos órgãos.
A PF aponta que a perícia criminal constatou que parte considerável das aves do ex-ministros tinham sinais de maus-tratos. Uma delas apresentava mutilação na pata.
O relatório foi encaminhado à Justiça Federal do Distrito Federal e aguarda parecer do Ministério Público sobre as conclusões da PF.
Na próxima terça-feira, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) julgará um pedido da defesa de Torres que solicita definição da competência desse caso, já que a questão das aves é apurada tanto pela PF quanto pela Polícia Civil. O MP se manifestou para que a investigação fique sob responsabilidade da Justiça Estadual. Procurada, a defesa de Torres disse que o ex-ministro e sua mãe não foram ouvidos pela PF.
Com informações de O Globo.
