A Etiópia, o segundo país mais populoso da África, se tornou a mais recente nação daquele continente a dar calote nesta semana, após não realizar um pagamento de um Eurobond de 1 bilhão de dólares, informou a agência Sputnik.
A agência de classificação de risco de crédito Fitch anunciou nesta quarta-feira (27) que baixou a classificação de crédito da Etiópia para “default restrito” depois de o país africano não ter cumprido um pagamento de 33 milhões de dólares.
A agência de crédito também reduziu a classificação do Eurobond de 1 bilhão de dólares da Etiópia para “default” pela mesma razão, afirmou a Fitch num comentário.
As dificuldades econômicas da pandemia de Covid-19 e a guerra civil de dois anos são as principais causas do calote. Um calote pode iniciar uma recessão econômica ou exacerbar problemas existentes. O calote estatal implica em menor confiança dos investidores, disponibilidade de crédito restrita e custos de empréstimo mais altos.
Em novembro de 2020, a Zâmbia tornou-se a primeira nação africana a dar calote em sua dívida de Eurobond, após o governo deixar de fazer um pagamento de 42,5 milhões de dólares. Em dezembro de 2022, Gana declarou seu calote após as autoridades do país declararem uma inflação anual superior a 50%.
Os líderes dos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) convidaram oficialmente a Etiópia e mais cinco nações para se juntarem ao bloco em uma cúpula em Joanesburgo, na África do Sul, em agosto. A adesão plena do país africano está prevista para entrar em vigor em 1º de janeiro de 2024.