O deputado federal e ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB-PR) teve as investigações contra ele na Operação Lava-Jato anuladas pelo ministro Dias Toffoli, do STF. A decisão, publicada nesta terça-feira (19) acolheu um pedido da defesa de Richa, que se baseou em mensagens vazadas da Operação Spoofing.
Toffoli alegou que houve um conluio processual para prejudicar o ex-governador, que foi preso três vezes desde 2018. A anulação é mais um revés para a força-tarefa da Lava Jato, que já teve vários acordos, decisões e investigações cancelados pelo Supremo.
Nos últimos anos, a Lava Jato vem sendo desmembrada e tendo decisões anuladas em diversas instâncias da Justiça. Em 2021, por exemplo, o então procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou a dissolução da forçam-tarefa e a migração de procuradores para grupos de atuação especial de combate ao crime organizado (Gaeco) do Ministério Público Federal (MPF).
Nos últimos anos, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou uma série de condenações da Lava-Jato envolvendo políticos. A última decisão ocorreu em outubro, com a invalidação de condenação do ex-deputado federal André Vargas (PT), expedida pela Segunda Turma do STF. Ele foi preso em 2015 e condenado cinco meses depois a uma pena de 14 anos e quatro meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A Corte determinou a absolvição do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, também em uma decisão da Segunda Turma, em maio. Em 2020, a Justiça Federal de Curitiba o condenou a 16 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em contratos de navios-sonda da Petrobras.
Ainda em 2018, a Suprema Corte absolveu a então senadora Gleisi Hoffmann, hoje presidente nacional do PT, e seu ex-marido, Paulo Bernardo, que foi ministro das Comunicações da ex-presidente Dilma Rousseff e do Planejamento, de Lula. Os dois foram acusados pelos investigadores de corrupção e lavagem de dinheiro em um dos desdobramentos da Lava-Jato.
Na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que o então casal teria pedido e recebido R$ 1 milhão em desvios da Petrobras para a campanha de Gleisi ao Senado em 2010. No entanto, os ministros da Segunda Turma da Corte Suprema considerou que não havia provas de que o casal teria recebido propina.
Com informações de O Globo