O Brasil enfrenta um paradoxo econômico: apesar de estar tecnicamente falido há mais de meio século, o Estado continua a funcionar. Como isso é possível? Isso ocorre porque nem todas as dívidas vencem amanhã. Boa parte da dívida do Estado vence ao longo de 20 anos, mas é tecnicamente impagável. O Estado brasileiro sempre gastou mais do que deveria e assumiu dívidas de vários tipos para cobrir o déficit público, como é o caso atualmente. Em segundo lugar, porque esse fato é mantido em segredo absoluto pelos nossos Ministros da Economia, e há pessoas ricas que ainda compram títulos do governo não sabendo que são impagáveis. Por isso, a necessidade de censura econômica. 1. São 6 trilhões em dívidas públicas contraídas ao longo de 50 anos, sem lastro algum, nem mesmo para pagar os juros. Tudo foi gasto em despesas correntes. Mas a Faria Lima e a mídia esconde deliberadamente esse fato. 2. O primeiro gasto supérfluo foi a construção de Brasília em 1957, estimado em 10% do PIB, ou 1 trilhão em moeda de hoje, totalmente desnecessário, que só aumentou os custos administrativos. 3. Se esse 1 trilhão tivesse sido investido em projetos rentáveis a 6% ao ano, o Brasil teria hoje reservas de 43 trilhões, e teríamos nos tornado uma Coreia do Sul, que manteve Seul como capital. 4Sem dinheiro para pagar essa fortuna chamada Brasília, nossos economistas imprimiram dinheiro, o que, segundo a Teoria Quantitativa da Moeda, geraria atividade econômica e não inflação. Eles erraram, criando o flagelo inflacionário que levou até 1994 para ser controlado. 5. Frases como “dívida não se paga, se rola”, atribuídas a Delfim Netto e seus assessores, refletem uma abordagem imprudente na gestão da dívida, resultando em um crescimento exponencial da mesma. A cada ‘rolagem’ dessa dívida, juros sobre juros eram acrescentados, tornando nossa dívida exponencial. Por isso estamos quebrados. 6. Para tentar cobrir o déficit, o Estado elevou a carga tributária de 20% para 45% do PIB ao longo dos anos, uma medida insuficiente e impopular. 7. Medidas adicionais incluíram a imposição do desconto de 8% dos salários devido ao FGTS desde a década de 60, tratadas como poupança forçada, e não como impostos. 8. A partir dos anos 70, nossos Ministros da Economia utilizaram nossas contribuições previdenciárias, que deveriam ter sido investidas para que o Estado pudesse pagar suas aposentadorias. São mais 25 trilhões que foram para o ralo, mas constituem uma dívida a ser paga. 9. Ao longo dos anos, manipularam a correção monetária da dívida pública em 80% para baixo, extinguindo 4 trilhões de poupança nacional. 10. Ao longo dos anos, reduziram as aposentadorias de no máximo 20 salários mínimos, depois 10 salários mínimos, e agora a mediana é de 1 salário mínimo. Calcule nossas outras dívidas e você chegará a 150 trilhões, totalmente impagáveis, quando o Estado tem ativos de 6 trilhões, segundo o Balanço da União. Isso é um patrimônio negativo de 44 trilhões, não de 5 trilhões como publicam. Ou seja, o certo seria decretarmos falência já, e começar do zero com o pé direito, em vez de postergar o inevitável com o pé esquerdo a um custo muito maior. Os economistas do Lula estão lhe assegurando que basta o PIB crescer 4% ao ano, que tudo se resolve. O que Lula e o resto da esquerda brasileira não sabem é que estão sendo enganados e cavando um buraco ainda maior, que poderá terminar em revolta social e o fim definitivo do PT.