Como em Marabá, vazamentos de amônia em frigoríficos da JBS se espalham pelo Brasil

Se funcionários da JBS, profissionais de saúde e até autoridades de Marabá ficaram abismados com a intoxicação de mais de 40 trabalhadores do frigorífico da multinacional que foram parar nos hospitais da cidade nesta segunda-feira, 12, devido a um vazamento de amônia, o mesmo não acontece com a própria JBS, que está acostumada com esse tipo de pânico em várias de suas indústrias espalhadas pelo País.

É o que mostram reportagens publicadas nos mais diversos veículos de Imprensa do País, no Centro Oeste e Sudeste.

No dia 20 de maio deste ano, um vazamento de amônia em uma tubulação na fábrica da JBS do Rio de Janeiro, na cidade de Duque de Caxias, na baixada fluminense, deixou ao menos cinco trabalhadores feridos. O acidente aconteceu nos setores de embutimento de linguiça e de encaixotamento e embalagem de salsicha.

A denúncia foi encaminhada por funcionários ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carnes, Laticínios, Sorvetes e Frios do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Sintrafrio), que de imediato cobrou a paralisação da produção. A entidade acompanha de perto os desdobramentos do acidente.

CAMPO GRANDE

Em 26 de agosto de 2022, seis pessoas foram hospitalizadas após um vazamento de amônia em um frigorífico da JBS na cidade de Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

DOURADOS

Trabalhadores foram intoxicados por um vazamento de amônia em um frigorífico da empresa JBS na noite desta segunda-feira (29), em Dourados, a 229 km de Campo Grande.

MOZARLÂNDIA

No dia 10 de outubro de 2022, um vazamento de amônia ocorreu em um frigorífico da JBS na cidade de Mozarlândia, no interior de Goiás. Trinta e três funcionários passaram mal e foram levados para o Hospital Municipal de Mozarlândia.

As pessoas atendidas tiveram dificuldades para respirar, tontura, ânsia e houve a necessidade de uso de oxigênio suplementar em alguns casos.

MULTA PESADA

O Frigorífico JBS, em Campo Grande, foi multado em R$ 1 milhão pela Polícia Militar Ambiental (PMA) devido ao vazamento de amônia ocorrido no dia 6 de abril de 2017. Cerca de 100 funcionários tiveram intoxicação e foram encaminhados a unidades de saúde.

De acordo com a PMA, equipe esteve no local um dia depois e notificou a empresa para sanar o vazamento, recolher e apresentar o plano de tratamento da água residual utilizada na contenção do gás de amônia (NH3). Também foi cobrado relatório de controle de emissões atmosféricas e de todas as medidas de contingenciamento contra danos ambientais e à saúde dos funcionários.

“Muitas empresas, como a JBS, parecem não estar preocupadas, já que deixam de fazer inspeções básicas nas fábricas. Não é de hoje que esses acidentes e mortes vêm acontecendo. A matéria-prima, que é o boi, está sendo melhor cuidada do que os trabalhadores na linha de produção”, afirma Geni Dalla Rosa, da Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação da CUT (Contac-CUT).

A empresa utiliza a amônia nas tubulações de freezers industriais, por sua capacidade de resfriamento, ao contrário do CFC utilizado em geladeiras comuns, que não apresenta toxicidade.

Seis pessoas foram hospitalizadas na tarde de ontem (26) após um vazamento de amônia em um frigorífico da JBS na cidade de Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Reportagem: Ulisses Pompeu  |  Correio de Carajás

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