Revirou-me o estômago a resposta que a ex-companheira de VAR-Palmares, Dilma Rousseff, deu a uma provocadora incomodada por ela estar voando em primeira classe: “Lógico, querida. Eu sou presidente de banco, querida. Ou você acha que presidente de banco viaja como?“.
Mas, como outrora eu já havia acertado minhas contas com ela
neste artigo, resolvi deixar pra lá. De que adiantaria atirar-lhe mais verdades na cara se ela nunca ousou nem jamais ousará polemizar comigo?
Contudo, a atitude disparatada do Lula, de esquecer a liturgia do cargo e insultar (“fascista”) uma cidadã qualquer por causa de um episódio menor e em defesa de uma esnobada de dondoca, foi a gota d’água que entornou o copo.
Segui o bom conselho do Chico Buarque: agi duas vezes antes de pensar. Metralhei no teclado este comentário à imprensa e postei de imediato.
.”A gerentona trapalhona Dilma Rousseff, que causou uma enorme recessão e pavimentou o caminho para a extrema-direita voltar ao poder, acaba de envergonhar a todos nós que lutamos contra a ditadura militar para que não existissem classes na sociedade… e nem sequer nas aeronaves! Se queria apenas ser uma privilegiada nesta sociedade podre, não precisaria ter dado uma volta tão longa para atingir tal objetivo. Orgulha-se de ser banqueira, como se fosse uma Leila Pinheiro do banco dos Brics? Certamente já esqueceu a frase imortal do Brecht, o que é roubar um banco comparado a fundar um banco?.
E aos leitores, lembro que, além dessa Dilma deslumbrada com o poder e que tanta questão faz de ostentá-lo, existiu também um José Mujica, um ex-guerrilheiro que jamais esqueceu os motivos pelos quais travou o bom combate nos anos de chumbo. quando resistir à tirania e à desumanidade era preciso, viver não era preciso.
Assim, mesmo ao tornar-se presidente do Uruguai, não aceitou trocar sua frugalidade na modesta chácara que tinha e tem pelas luxuosas acomodações palacianas. E nem mesmo abriu mão de continuar utilizando seu velho fusca, caindo aos pedaços“. (por Celso Lungaretti)