O ex-presidente do Brasil Jair Bolsonaro e um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, chegaram na noite desta quinta-feira ao Aeroparque, em Buenos Aires, junto com uma delegação para assistir à posse de Javier Milei como novo chefe de Estado da Argentina no domingo.
O ex-mandatário brasileiro declarou, ao descer do avião, que não sabe se encontrará com o Milei. Seu filho, por sua vez, aproveitou para criticar o presidente Luiz Inácio Lula Da Silva, que não comparecerá à cerimônia.
— O secretário de Comunicação de Lula disse que está aguardando o pedido de desculpas de Milei. Mas não pediram desculpas a Milei quando enviaram US$ 1 bilhão para a campanha de Massa — disse Eduardo Bolsonaro. — Foi assim que apareceu nos jornais brasileiros. O primeiro pedido de desculpas tem que partir de Lula porque tentou intervir nas eleições argentinas — acrescentou.
O filho do ex-presidente afirmou ainda que um dos objetivos da viagem é estreitar os laços com representantes de La Libertad Avanza (LLA).
— Viemos apoiar Milei, estamos muito felizes. Viemos conhecer outros amigos, autoridades e estabelecer relações com deputados argentinos — disse o deputado.
Ao contrário do pai, que não parou para falar à imprensa, Eduardo Bolsonaro, sorrindo, sublinhou que tem um “vínculo de amizade” com o líder da LLA. E lembrou que Milei participou do evento conservador que ele organizou no Brasil, o CPAC.
A Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC) é uma cúpula fundada nos Estados Unidos, que tem seus eventos centrais em território americano, mas também é realizada no exterior. Um deles foi o congresso de 2022 ocorrido no Brasil e organizado pelo próprio Bolsonaro, como ele lembrou. Entre outros líderes, compareceram Milei e José Antonio Kast, líder da força política que venceu as últimas eleições constituintes no Chile e que chegou ao segundo turno presidencial nas eleições do ano anterior (2021), onde perdeu para Gabriel Boric.
— A Argentina vai ter um ar de esperança com Milei — disse Eduardo Bolsonaro ao chegar ao Aeroparque com a delegação não oficial. A oficial será liderada pelo chanceler Mauro Vieira, que foi embaixador do Brasil na Argentina e nos Estados Unidos, além de representante na Organização das Nações Unidas (ONU).
Vieira também era ministro das Relações Exteriores quando houve outra mudança de governo na Argentina: em 2015. Na ocasião, a então presidente, Dilma Rousseff, assistiu à posse do ex-presidente Mauricio Macri.
Com informações do GLOBO.