Biografia de Claudio Tognolli

Claudio Júlio Tognolli (São Paulo23 de agosto de 1963)[1] é um jornalista,[2] músico[3] e escritor[4] brasileiro, membro do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ).[2] É formado em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP) , doutorado em Ciências da Comunicação pela USP[5] (biotecnologia ) e livre-docente em história . Estudou violão clássico e composição com o maestro Hans Joachimm-Koellreutter.[6] E guitarra com Marcus Rampazzo , Ulysses Rocha e Marcio Okayama.Seu co-orientador de mestrado foi o psicólogo Timothy Leary, com quem fez a última entrevista no leito de morte.[7] Hoje Tognolli é pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da USP.

Biografia

Nascido no bairro do Tatuapé, na zona leste de São Paulo, Tognolli optou pelo jornalismo ainda adolescente, quando passou a frequentar o curso Redator-Auxiliar no colegial no tradicional Colégio São Vicente de Paulo, na Penha. Entrou em cinco faculdades, mas optou por cursar jornalismo na ECA-USP.

É diretor fundador da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).[8] E idealizador e coordenador da Cátedra Otávio Frias Filho, em parceria com o Grupo Folha, instalada no Instituto de Estudos Avançados da USP. http://www.iea.usp.br/pessoas/pasta-pessoac/claudio-tognolli. A Cátedra Otavio Frias Filho do IEA foi inaugurada em 18/02/2021, data em que o Grupo Folha completou 100 anos.

Entre seus prêmios constam o Esso, pela Abraji, o Jabuti de Literatura 1997 (livro “O Século do Crime”),[9] e Grande Prêmio Folha de Jornalismo, em 1993, com Fernando Rodrigues, pela série de 500 reportagens intitulada “Conexão Manágua”.[10]

Inúmeros sites e revistas já fizeram a biografia de Tognolli. Em março de 1998 ele foi capa da revista Caros Amigos. Também na revista Trip e na Trip FM:

https://revistatrip.uol.com.br/trip-fm/claudio-tognolli
https://revistatrip.uol.com.br/trip/o-rock-errou
https://revistatrip.uol.com.br/trip/bandidagem-literaria


Também no site Vírgula, da Jovem Pan:


Na entidade Oboré:

No Jornal do Brasil:

Na revista Super Interessante:

Conexão Internacional

“Conexão Manágua” , série de 500 reportagens que rendeu a Tognolli o primeiro Grande Prêmio Folha de jornalismo, tratava em primeira mão da descoberta de uma central mundial de sequestros, trazida à tona depois da explosão acidental de um bunker na capital nicaraguense. Dali brotaram dossiês de centenas de terroristas e sequestradoras que atuavam, conectados, em mais de 50 países. O caso revelou que os dez sequestradores do empresário Abílio Diniz passaram pelos treinamentos dessa central em Manágua. O caso fez com que Tognolli e Rodrigues merecessem citações contínuas na CNN, no The Washington Post, no The New York Times e no The Miami Herald.

Pós-Modernidade

Tognolli escreveu 27 livros. Oito ainda não foram lançados.

O primeiro livro publicado por Tognolli data de 1995. Flertando sempre com a ideia de que vivemos na Pós-Modernidade, Tognolli dividiu com o jornalista José Arbex  Jr. a autoria de “O mundo Pós-Moderno”, pela editora Scipione.

Tognolli indaga na obra se vivemos um período de ruptura ou de falsa ruptura. Tem como base a famosa Querelle Antiqui/Modernii, A Querela entre antigos e modernos data de 1230, quando da introdução do pensamento aristotélico na Universidade de Paris. Os Antigos achavam que era apenas mais um modismo, enquanto os Modernos viam nisso uma ruptura capaz de decretar o fim da Idade Média. O livro perpassa uma mesma indagação a cada linha: vivemos uma ruptura ou uma falsa ruptura?

A partir do axioma de Theodor Wiesengrund Adorno, “Das Moderne ist wirklich modern geworden” , o moderno ficou fora de moda, o livro esmiuça sintomas de rupturas na economia, artes, ciência e mídia.


No livro Tognolli em particular também partiu de um outro axioma, do filósofo Ernest Bloch. Ele sustentava a existência do que chamou de “Gleichzeitigkeit de Ungleich Zettigkeit”. No melhor português pode ser traduzido como “contemporaneidade do não-coetâneo”. Tognolli assim discorreu: “Veja aquele tiozinho que tem celular de última geração mas não acredita que o homem pisou na lua. Ele dispõe de tecnologia de última geração, mas sua cabeça ainda está na Idade Média. É um contémporâneo não-coetâneo,. O que condiz com a ruptura Pós-Moderna”.

Roy Cicala e Record Plant

Recentemente Tognolli escreveu a biografia do engenheiro de som Roy Cicala, lançada no mercado pela editora Saraiva/Benvirá,[11] . Roy Cicala foi o engenheiro de som de Elvis Presley e manteve em Nova York o estúdio Record Plant –em que foram gravados os apontados 300 maiores discos de rock e jazz da história. Com seus dias contados devido a um tumor de próstata, Roy Cicala, que foi o melhor amigo de John Lennon, conta histórias inéditas com bastidores picantes do mundo do pop rock.

Enquanto Tognolli escrevia as últimas do original, em 2013, Roy Cicala, que trabalhava em São Paulo com o produtor Apollo 9, recebeu uma ligação de Stephen Tyler, líder da banda Aerosmith. Tyler queria que Roy desse o retoque final em meia dúzia de novas músicas que a banda havia gravado.

Por quatro anos, Tognolli ouviu 96 pessoas ligadas a Roy Cicala, a maioria dos EUA. Yoko Ono fez questão de depor para o livro. Segundo ela, uma máxima que Lennon falava todos os dias, “no problems, just Solutions” veio de Roy Cicala. Há relatos que parecem ficção, como Lennon ter comprado um Rolls Royce em Nova York apenas para instalar nele um pequeno rádio, conectado unicamente com o estúdio de Roy, o Record Plant. “Ele queria saber como nossas gravações soaram no rádio”, diz Roy.

O livro também traz a inédita história de um acordo secreto entre os Beatles e a Máfia Italiana de Nova York —para que os discos do quarteto fossem distribuídos amplamente nas lojas de todos os EUA. Roy Cicala também conta que um dos hábitos secretos de Lennon era tomar LSD e andar de helicóptero Nova York afora. “Veja o detalhe, não era só ele que tomava, era o piloto do helicóptero também”, revelou Roy. Tognolli apresentou Roy a seu biografado Lobão, que acabou contratando o norte-americano para suas produções. Roy chamava Lobão carinhosamente de “Leblon”.

Uma das mais famosas sessões sediada pelo Record Plant, e arranjada por Roy, data de 25 de março de 1969, quando se encontraram no estúdio John McLaughlin e Jimi Hendrix. A jam durou das duas da manhã até as oito. Hendrix tocou guitarra e John violão. As gravações foram perdidas.

Pouco antes de morrer, em 2014, Roy presenteou Tognolli com uma relíquia: um bilhete escrito a mão por John Lennon. Ali o beatle agradece a Roy por ter-lhe emprestado US$ 28 mil para pagar despesas domésticas com Yoko Ono. O bilhete data de 1971, ano em que as contas bancárias de Lennon foram bloqueadas pelo FBI, que via no beatle um potencial terrorista. Anexo ao bilhete veio um cheque do Banco de Tóquio, assinado por Lennon, pelo qual ele devolveu a soma a Roy.

Tognolli até hoje se nega a mandar a relíquia para leilão.

Magistério e Projetos

Tognolli também escreveu a “História do Politicamente Incorreto” (Record), com o humorista Danilo Gentili. Em novembro de 2016 Tognolli anunciou que estava escrevendo a biografia do senador Delcídio do Amaral.[12]. Tognolli escreveu oito biografias ainda não publicadas. Entre elas a do milionário Francisco Bocayuva Catão, melhor amigo de todos os presidentes brasileiros desde Getúlio Vargas.

Em 22 de novembro de 2023 foi anunciado que seu livro sobre o PCC, “Laços de Sangue”(Matrix), teve os direitos autorais comprados para virar filme.

Uma das paixões de Tognolli foi sempre o magistério. Claudio começou a dar aulas de jornalismo nas Faculdades Integradas Alcântara Machado (Fiam) , em 1996, e na ECA-USP, em 1998. Logrou formar nesses anos de docência cerca de dez mil alunos. Desde 1998 é editor-chefe da revista Babel, da ECA-USP.


Escreveu para as revistas Joyce Pascowitch, Joyce Poder, Rolling Stone, Galileu, entre outras. Trabalhou nas principais publicações do país, como Veja, Folha de S. Paulo, Jornal da Tarde/Estadão, Consultor Jurídico e Caros Amigos. Co-fundou o site Brasil 247. Foi repórter especial nas rádios Jovem Pan, CBN e Eldorado e rádio Energia 97.

A sociedade dos chavões

Tognolli foi também colunista semanal do site Observatório de Imprensa, cujo editor, Alberto Dines, fez questão de prefaciar sua obra “A sociedade dos chavões”:

O livro “A sociedade dos chavões” (Escrituras) surgiu de estudos de linguagem feitos por Tognolli calcados nas obras de Karl Kraus, Ludwig Wittgenstein e do psicanalista Jacques Lacan. Brotado de uma tese de mestrado, orientada por Carlos Avighi e Timothy Leary, o livro tem acoplado um dicionário de lugares-comuns — índole algo parecida com aquela do dicionário das idéias fixas, colocado por Gustave Flaubert ao fim de Bouvard et Pécuchet.

Tognolli já havia sido capa do caderno de cultura do Jornal do Brasil, em abril de 1987, apontado como filólogo e colecionador de palavras. Tognolli na época erigiu um dicionário com 3 mil chavões de imprensa. Sua paixão por palavras fez com que ele por exemplo coletasse 280 mil palimpsestos para seu romance ”Balenciga Torres e os corações peludos “(Matrix). E segundo o escritor e jornalista Fernando Morais Tognolli é autor do maior palíndromo da língua portuguesa, publicado no Almanaque Tipográfico Brasileiro.

Tognolli aliou a linguagem escrita à musical, e segundo ele cada uma das quase 70 guitarras que tem representa “uma enciclopédia de novos timbres”.

A ideologia do DNA

Tognolli passou a usar a estética para estudar filosofia das ciências. Para Claudio, a história da ciência é mais nada do que a história da estética.

Algumas notícias sobre genética parecem retiradas de livros de ficção científica. Pelo que sugere a grande imprensa, a decifração do genoma humano trará um futuro perfeito, no qual doenças, tempo e velhice não poderão nos atingir: estaria nos genes a resposta definitiva para todas as questões biológicas. Esse mito, que caracteriza a chamada ‘febre biologista’, é o que Claudio Tognolli tentou desmontar em seu livro  A falácia genética: a ideologia do DNA na imprensa. (Escrituras)

A obra analisa e questiona a forma como a mídia apresenta temas científicos para o grande público. O autor mostra como grande parte dos jornalistas não está preparada para escrever sobre ciências: eles pintam uma imagem heróica dos cientistas e transformam em verdades absolutas as verdades historicamente transitórias da prática científica.

O livro é resultado da tese de doutorado defendida por Claudio na Escola de Comunicações da Universidade de São Paulo (USP) em 2002, e traz uma série de entrevistas que alimentaram a pesquisa, com especialistas em genética, bioética e jornalismo.

A obra nasceu da idéia de tentar demarcar nos jornais e revistas a febre biologista que caracteriza a forma como a ciência é retratada na época atual. “Cria-se a idéia, sobretudo na mídia, de que mudando as peças dos genes teremos seres sãos e longevos. Segue-se a moda dos técnicos de computação: troca-se o chip, o computador fica bom”, observa.

Baseado sobretudo no pensamento do biólogo norte-americano Richard Lewontin, Claudio argumenta que somos sistemas abertos, como a meteorologia, influenciados pelo meio, ou seja, pelo contexto sócio-econômico. Segundo ele, a imprensa parece muito distante de notar isso, ao apontar os genes como o Santo Graal da existência humana — eis a ‘falácia genética’.

Na era da biotecnologia reducionista em um mundo globalizado, na qual ‘transparência’ e ‘objetividade’ surgem na ciência como conceitos dominantes, o autor tenta desmascarar “a ideologia da imprensa”, que coloca o gene como limite para todas as respostas. Escritos em função de critérios obscuros de ‘novidade’, na maioria das vezes os artigos não dão conta de explicar o fenômeno biotecnológico em toda sua extensão. Claudio denuncia que a febre biologista, aparentemente auto-suficiente e imparcial, atenderia sobretudo a interesses dos laboratórios fornecedores de suprimentos para empresas biotecnológicas.

O estudo da bioética na imprensa, trazida à tona pelo avanço da biotecnologia, seria segundo Claudio um aspecto original de seu trabalho. Num momento em que algumas seitas alimentam a esperança de reencarnação do Cristo pela clonagem de supostos fragmentos de DNA encontrados no Santo Sudário, a bioética surge como mediadora entre os discursos da ciência e da religião.

Por ser derivado de uma tese, o livro é escrito em linguagem acadêmica, com citações do universo do jornalismo, da biologia, da sociologia e da filosofia (de Platão a Michel Foucault). Embora isso torne a leitura pesada, o esforço é recompensado pelas reflexões levantadas na obra.

Seja na ciência ou outras áreas, Tognolli buscou a estética como sua visão de mundo em tudo o que escreveu. Essa sempre foi seu Weltanschauung , sua visão de mundo.

Depois de compulsar centenas de livros sobre estética , Tognolli concluiu que a melhor definição estava num trecho que ele extraiu do conto “A muralha e os livros”, de autoria do escritor argentino Jorge Luís Borges (maior ídolo de Tognolli):

“Certas pessoas, certos lugares, as efígies das moedas, as mitologias, os rostos marcados pelo tempo, o pôr so Sol, querem nos dizer algo, algo estão para nos dizer ou algo nos disseram, que mão conseguimos capturar. Essa iminência de uma revelação, que jamais se completará, talvez seja o fato estético”.

Tognolli acredita também que Walter Benjamin tenha resvalado pela estética nas artes e literatura ao defender a livre criação como a “volúpia do prazer errante”.

Tognolli também defende, em estética, a tese do escritor irlandês Oscar Wilde.

Wilde estabeleceu que Aristóteles estava errado ao dizer que a arte imita a vida. “É o contrário, a vida é que imita a arte. Onde estavam as névoas de Londres antes que William Turner as pintasse? Em nenhum lugar. O cidadão comum teve de ver as névoas nos quadros de Turner para depois nota-las no mundo real”, prefixou Wilde.

As primeiras investigações


Apesar dessa paixão pela estética, Tognolli se especializou como jornalista investigativo. Jamais foi contratado para um trabalho que não envolvesse investigação.


Ele entrou na seara do jornalismo investigativo em 1986. Foi quando, ainda pesquisador do Dedoc, Departamento de Documentação da Editora Abril, coube-lhe compulsar 2 mil casos de violência policial. A pesquisa foi entregue ao jornalista Caco Barcellos, que no início de seu “Rota 66” faz um agradecimento a Tognolli.


A primeira grande investigação de sua carreira data de abril de 1988, sobre ilicitudes na Bolsa de Valores de São Paulo. Tognolli abandonou a revista Veja depois que sua investigação sobre operações ilegais Day Trade, na Bolsa de Valores de São Paulo, foi engavetada a pedido de Antônio Carlos Magalhães, o então poderoso ACM. Veja se curvou ante ACM porque um parente de Antonio Magalhães, César Matta Pires, da construtora OAS, estava na lista de investigados. A OAS então ganhou a pecha de Obras Arranjadas pelo Sogro (OAS), em referência ao parentesco entre os dois. A reportagem de Tognolli, feita ao longo de dois meses, foi fulminada.

Tognolli havia entrado na Editora Abril por concurso, em 1986. Obteve primeiro lugar no Curso Abril para Jovens Jornalistas, apontado como prodígio pelo jornalista Alberto Dines. Começou como pesquisador sênior no Dedoc, Departamento de Documentação da Editora Abril, e um ano depois foi convidado por Elio Gaspari para assumir o cargo de repórter no lugar do de Eduardo Oinegue, tornado então correspondente de Veja em Manaus.

E Tognolli pulou para a Folha de S. Paulo em agosto de 1988, também por concurso.

Folha de S. Paulo

Logo se destacou no jornal pela cobertura do chamado Crime da Rua Cuba —o assassinato do casal Jorge e María Delmanto Bouchabki, na véspera do Natal de 1988. Tognolli colocou o jornal à frente de toda a mídia concorrente. Mas pagou um preço.

O Crime da Rua Cuba teve sua investigação engavetada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Mas a então tese do Ministério Público era de que o assassino do casal era o próprio filho, Jorginho Delmanto Bouchabki.

Tognolli ia nessa linha e ficou próximo do promotor do caso, Luiz Antônio Guimarães Marrey —que mais tarde fez-se meia dúzia de vezes procurador-geral de Justiça de São Paulo. Nunca nada foi provado contra Jorginho. Seu advogado era José Carlos Dias, por coincidência também advogado da Folha. Tognolli foi afastado da cobertura do caso pela direção do jornal. Foi de imediato convidado pelo jornalista e futuro escritor Laurentino Gomes para trabalhar no rival Estadão. Tognolli não aceitou o convite, já que achava que sua partida da Folha poderia ser lida como se ele devesse algo.

Meses depois o diretor de redação do jornal, Otávio Frias Filho, chamou Tognolli em sua sala. Em auto-crítica, disse a Tognolli que tinha sido “acerbo demais” em suas críticas a Claudio na cobertura do Crime da Rua Cuba. E que como compensação faria de Tognolli correspondente nos EUA.

O início dos processos judiciais

A longa carreira de sofrer processos judiciais às custas do que investigava começou já em seus primeiros meses de Folha de S.Paulo, onde entrou em agosto de 1988.

Tognollli noticiou a criação do primeiro sindicato da Polícia Federal do país, em São Paulo. Deu destaque para a vida profissional do novo sindicalista, o agente especial federal Francisco Carlos Garisto –um herói da corporação, com 42 elogios em folha corrida.

Garisto passou a ser gravitado por quase toda a categoria, que se encantava por ele ter protagonizado prodígios, como ter sido segurança particular de Lady Di, Prince Charles, de 3 presidentes dos EUA , do Papa João Paulo Segundo–e de ter se infiltrado, como agente da PF, nos negócios do megatraficante Pablo Escobar, fundador do Cartel de Medellín. Garisto passou a morar na Colômbia e vendia tonéis de éter e acetona para que o Cartel refinasse a cocaína.

Os tonéis traziam escondidos chips que mandavam sinais diretamente para computadores da Nasa. E assim Pablo Escobar passou a ter toda a sua produção rastreada. Garisto também ganhou nome quando fundou a Federação Nacional dos Policiais Federais, a Fenapef –com a qual fez a primeira greve geral da corporação, sob o governo FHC.

Garisto, em parceria de outro mito da corporação, delegado Roberto Precioso Junior, prendeu cerca de 35 mafiosos italianos foragidos no Brasil, tarefa cujo ápice foi a detenção do maior mafioso do mundo então, Tomazzo Buschetta. Os detalhes de tudo isso foram colocados por Tognolli no segundo dos 27 livros que escreveu, O século do Crime, ganhador do Prêmio Jabuti de literatura e prefaciado por Caco Barcellos.

Nesse quadro em que um agente federal ganhava tantos holofotes, o então superintendente da PF em São Paulo, delegado Romeu Tuma, não gostou de ver a notícia da fundação do sindicato policial, e abriu um procedimento criminal contra Tognolli, que acabou sendo arquivado.

Apesar de estar criando um nome referência nacional no jornalismo investigativo, Tognolli almejava fazer a mesma prática a nível internacional, e logo veio a oportunidade.

Tognolli começou como correspondente internacional em agosto de 1990. Foi quando a Folha de S. Paulo o nomeou attaché em Miami.

O cargo era duplo, no entanto: além de cobrir todos o sul dos EUA e todo o Caribe, Tognolli deveria encabeçar um projeto então secreto do jornal, a que o diretor Otavio Frias Filho batizou de Operação Mickey Mouse.

Consistia em investigar na Flórida, sobretudo nos arredores de Kissimee, um condomínio de luxo mantido pelo então todo-poderoso juiz federal João Carlos da Rocha Mattos. Ele se tornou inimigo figadal da Folha após decretar uma série de sentenças contra a jornal, iniciadas pelo então presidente da República Fernando Collor de Mello.

A reportagem foi publicada e Rocha Mattos afastado. Jamais recuperaria o poder, face as n acusações que recebeu na prática de lograr milhões de dólares na venda de sentenças.

Preso na Operaação Anaconda, em outubro de 2003, Rocha Mattos chamou Tognolli na carceragem da Polícia Federal para fazerem as pazes, encontro datado de 15 de janeiro de 2004.

Rocha Mattos passou boa parte da vida atrás das grades. Morreu em São Paulo, em 2/9 de 1922, aos 74 anos, vítima de uma embolia pulmonar, e foi delegado federal e procurador da República antes de se tornar magistrado.

Tognolli usava Miami como base de comer e dormir. Morava num lugar privilegiado, o distrito de Surfside, a beira de North Miami Beach.Mas pouco parava em casa. A rotina melhorou um pouco com o surgimento das máquinas de fax.

Miami, Haiti e Cuba


Foi em em setembro de 1992 que Tognolli fez sua primeira incursão no Haiti, país para onde voltaria 9 vezes, sempre em situações de risco. Chegou numa das vezes a ser espancado por ton ton macoutes, membros da guarda presidencial. A Milícia de Voluntários da Segurança Nacional (em francêsMilice de Volontaires de la Sécurité Nationale, MVSN), comumente conhecidos como Tonton Macoute (literalmente “Tio do Saco”, em crioulo haitiano, aludindo às figuras do “homem do saco” ou “bicho papão“) era uma força paramilitar haitiana inspirada no fascismo criada em 1959, e que obedecia diretamente as ordens do ditador daquele país, François Duvalier, ‘Papa Doc’ , e de seu filho e sucessor, Jean-Claude, até a saída do último do poder, em 1986.

Tognolli, por um desses espancamentos, teve os dentes gravemente comprometidos.

Outras reportagens de Tognolli marcaram sua passagem por Miami. Conseguiu se infiltrar entre paramilitares, ex-CIA, que tentaram um golpe contra Fidel Castro em 1961. O grupo paramilitar Alpha 66 se reunia todos os domingos nos Everglades para, devidamente armados, treinarem o assassinato de Fidel, Tognolli foi aceito como novo membro do grupo e treinou vários fins de semana. Num deles, conseguiu infiltrar também o repórter fotográfico da Folha, Luiz Carlos Murauskas.

Tognolli também, em 1991, se infiltrou em Cuba como turista, para mostrar que o sistema de saúde cubano era brilhante, mas não funcionava. Tognolli se auto-contraiu uma gripe, dormindo noites a fio sobre um ar condicionado russo, num quarto do hotel La Colina.

Febril, teve um tratamento impecável dos médicos cubanos. Mas, uma vez nas ruas, não encontrava os antibióticos receitados. Teve de apelar ao mercado negro, em que cada comprimido custava 45 dólares, então o mesmo preço do salário de um engenheiro cubano.

Antes de ser expulso do país, no entanto, Tognolli ainda conseguiu passar todo um domingo com Carlos Lage Dávila, então ministro da economia de Fidel e número dois do regime –num encontro costurado pela ex-professora de Tognolli na USP, Maria Aparecida Baccega, antiga amiga da mãe de Carlos Dávila, a novelista Iris Lage Dávila.

Infiltração em torcidas organizadas

Em julho de 1994 Tognolli concluiu para a Folha de S Paulo uma infiltração de 4 meses que fez junto a 3 torcidas organizadas, do São Paulo, Corinthians e Palmeiras. Muitas denúncias apuradas na reportagem foram vetadas para a publicação pelo jurídico do jornal. Isso porque Tognolli presenciou vários crimes. Mas nada obviamente pôde fazer na condição de infiltrado, vez que caso revelasse sua identidade poria sua vida em risco. E, caso publicasse o que presenciou, poderia estar produzindo provas contra si mesmo.

Mesmo com n vetos, a reportagem foi publicada num domingo, com bastante estardalhaço. Já no dia seguinte torcedores passaram a rondar a sede da Folha, com a missão de “pegar o Tognolli”. A foto de Tognolli, extraída de sua carteirinha de torcedor, foi colocada na quadra da torcida Gaviões da Fiel. Acossado, Tognolli ganhou de presente do jornal uma temporada na Itália, na cidade de Nápoles. Foi ali que iniciou suas investigações sobre as conexões de mafiosos italianos com criminosos brasileiros —o que acabaria por render a Tognolli o roteiro de seu então futuro livro O Século do Crime, em parceria com o jornalista José Arbex Junior.

O prefácio de “O Século do Crime” é do jornalista Caco Barcellos. A feitura do prefácio traz um episódio curioso. O livro estava praticamente no prelo, e nada de Caco entregar o prefácio. As linhas de Caco só chegaram horas antes da impressão do livro. Caco confidenciou com ironia a Tognolli que contraira um medo súbito de entregar o prefácio porque o grande jornalista Narciso Kalili, autor do prefácio de Rota 66, morrera do coração pouco depois de entregar as linhas a Caco.

Pouco antes de deixar a Folha, Tognolli conseguiu, pelo jornal , se infiltrar como segurança do cantor Michael Jackon, o que levou Claudio a ser entrevistado no Globo Repórter.

Salto para as ondas do rádio

Em 1995 Tognolli trocou o cargo de repórter especial da Folha de S. Paulo pelo de repórter especial da rádio CBN, convidado por Heródoto Barbeiro, e ao mesmo tempo assumiu o mesmo cargo convidado por Leão Serva para o Jornal da Tarde. Um ano depois passou a dar aulas de jornalismo e seus dias passaram a ser de jornada tripla.

No Jornal da Tarde Tognolli faria uma entrevista prosaica que mais tarde se mostraria reveladora. Tognolli começou a procurar pessoas que levavam sobrenomes de personagens de quadrinhos. Encontrou por exemplo a família Batman, a Coringa, a Charada. Nessa pesquisa alguém lhe assoprou que morava em São Paulo um neto do Barão Vermelho.

Foi assim que Tognolli chegou a um engenheiro chamado Manfred Von Richthofen. Manfred recebeu Tognolli em sua casa, na região do aeroporto de Congonhas. Fez questão de dar a entrevista trazendo ao colo sua filha Suzane. Manfred contou com detalhes a história do Barão Vermelho. A reportagem foi publicada no Jornal da Tarde a 1 de maio de 1996.

Quando, anos depois, Manfred foi assassinado pela filha, Tognolli foi convidado pelo jornalista Marcelo Resende, então na RedeTV! para dar mais detalhes de seu encontro com pai e filha. Detalhes sobre Manfred foram dados por Tognolli mediante intimação do Ministério Público. Detalhes sobre movimentações financeiras de Manfred foram trocados entre Tognolli e o MP, e o conteúdo sobre tais conversas permanece em sigilo de Justiça até hoje.


Extenuado com a jornada tripla, largou a Jovem Pan para trabalhar no Consultor Jurídico, que não lhe obrigava a ir à redação fisicamente. Não sem antes ter deixado na Jovem Pan a sua marca: um furo mundial. Uma fonte de Tognolli foi gravar um comercial de automóvel com o jogador Edmundo. Terminadas as filmagens, Edmundo começou a contar bastidores da Copa de 1998, na França. Sem saber que continuava a ser filmado, Edmundo revelou como a Nike, patrocinadora da Seleção, era quem a dedo escolhia os jogadores que iriam atuar. As fitas de Edmundo revelando tudo serviram para abrir a CPI da Nike. Tognolli publicou a história na Folha de S. Paulo, no Notícias Populares e mandou os áudios de Edmundo no ar, em toda rede Jovem Pan.

Abandonada a Jovem Pan, Tognolli passou também então a ser blogueiro colunista da America On Line, AOL. Sua passagem pela AOL durou anos a fio. Só acabou quando o diretor Ricardo Lombardi o convidou para ter um blog no Yahoo! Brasil.

Tognolli nesse período manteve um programa sobre direito na Rádio Eldorado.

Galileu, Rolling Stone e Brasil 247

Voltaria porém com plenitude ao rádio pouco depois. Seguiu por anos a fio como repórter especial do site Brasil 247, do qual foi co-fundador ao lado de Leonardo Attuch.

Em 2011, quando o Brasil 247 ainda não era alinhado ao PT, Tognolli fez uma investigação, que gerou estardalhaço, sobre o ex-ministro da Justiça de Lula e seu então advogado particular, Márcio Thomaz Bastos:

Por seis anos manteve uma coluna policial literária, mensal, na revista Joyce Pascowitch. Por essa época passou a escrever intensamente para as revistas Rolling Stone e Galileu.

Na revista Rolling Stone Tognolli foi incumbido de fazer reportagens investigativas de amplo fôlego, com 12 páginas de texto corrido e literário. As que mais se destacaram foi uma sobre o PCC e outra sobre o novo xamanismo praticado no Brasil.

Na reportagem sobre o PCC, Tognolli passou dez dias seguidos acompanhando um advogado da facção criminosa, batizado de Dr Anel. Foram revelados bastidores inéditos sobre a mecânica interna do PCC.

Em “O novo xamanismo”, Tognolli traz uma infiltração de 3 meses que fez entre seitas manipuladoras das chamadas “plantas de poder”. Tognolli, infiltrado, se fez de fiel e tomou plantas como Daime, Dom Pedrito, Ayhuasca e Guatxuma. A reportagem teve como parceiro o fotógrafo João Wainer, um parceiro de longa data de Tognolli.

Flertando com o místico, Tognolli repetiria a dose, só que agora cavalar, para a revista Galileu. Só que para essa empreitada Tognolli tentou viver por 3 meses o Velho Testamento à risca. Voltou a se infiltrar entre grupos religiosos e a reportagem fez com que Tognolli fosse pela segunda vez entrevistado no Programa do Jô.

Descoberta de fraude no MPF

Tognolli havia trabalhado por seis anos como repórter especial na Rádio Jovem Pan, e largou o cargo para se dedicar somente ao site Consultor Jurídico. No Consultor, Tognolli descobriu um dos maiores escândalos da Justiça brasileira. Ele recebeu da então maior estrela do Ministério Público brasileiro, procurador Luiz Francisco Fernandes de Souza, arquivo com uma gigante denúncia contra o empresário e banqueiro Daniel Dantas. Tognolli achou estranho que uma denúncia do MPF tenha vindo de um documento intitulado “ufa, ufa, ufa”. Tognolli então clicou nas propriedades do arquivo word recebido para ver quem o tinha escrito originalmente. O arquivo, revelou Tognolli, fora produzido nos computadores do maior inimigo de Daniel Dantas, Luiz Roberto Demarco de Almeida –fundador da lojinha do PT. Ou seja: o MPF estava recebendo denúncias pré-fabricadas, para atender aos interesses dos primeiros 4 anos da octaetéride do governo Lula. A revelação de Tognolli foi levada à frente também por outras mídias. Que provaram a existência de um grupo auto-intitulado Tuiuiús –erigido por grandes escritórios de advocacia que produziam material pre-fabricado para ser apenas assinado por membro do MPF, em denúncias falsas sempre erigidas sobre então adversários do governo Lula.

Assassinato de Reputações

Em 11 de dezembro de 2013 lançou um livro em parceria com Romeu Tuma Júnior, “Assassinato de Reputações”, que vendeu 350 mil cópias.[13] pela Editora Top Books.

\No livro o delegado revelou que a estrutura do governo petista era usada para produzir dossiês contra adversários políticos. Ele também teria ouvido do ministro Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula, a confissão de que o ex-prefeito de Santo André Celso Daniel teria sido assassinado depois de descobrir um esquema clandestino de arrecadação de dinheiro para beneficiar o PT. Ex-secretário-geral da Presidência da República, Carvalho, segundo o relato do delegado, teria confessado também ter transportado dinheiro de corrupção para abastecer o caixa eleitoral do PT. O livro de Tuma e Tognolli denuncia que Lula foi informante da ditadura, fato jamais contestado pelo ex-presidente. A obra ficou 27 semanas em primeiro lugar na lista dos mais vendidos da revista Veja, que concedeu reportagem de capa à obra quando de seu lançamento.

Uma das partes mais reveladoras de “Assassinato de Reputações” é a denúncia de grampos telefônicos contra ministros do STF.

Gilmar Mendes não foi o único ministro do Supremo Tribunal Federal que teve escutas instaladas em seus telefones e no seu computador. Quando o episódio veio a público, em 2007, as apurações da Polícia Federal não conseguiram constatar que todos os ministros do STF estavam com seus telefones grampeados ou com escutas ambientais instaladas em seus computadores. E isso tudo feito por delegados da Polícia Federal.

A primeira informação de grampo ao ministro Gilmar Mendes foi vazada em agosto de 2007. Policiais federais disseram que haviam interceptado uma ligação que comprovava que o então presidente do STF havia recebido “mimos” da construtora Gautama, investigada pela operação navalha, da PF. As informações, à época, eram que a Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, era quem estava comandando as escutas e as operações de grampo. O episódio custou o cargo do então diretor da Abin, Paulo Lacerda.

Mas o que Tuma Jr. contou a Tognolli é que eram delegados e agentes da Polícia Federal que estavam no comando das operações. Ele cita, por exemplo, Protógenes Queiroz, então delegado e responsável por grandes operações, e o agente Idalberto Matias de Araújo, o Dadá. “Protógenes, Dadá e seus gansos e agentes fizeram uso dessa maleta para grampear todos os ministros do STF e o Lacerda pagou o pato”, resume o livro.

A carta

Tuma Jr. contou a Tognolli em seu livro que soube do grampo indiscriminado a ministros do Supremo por meio de uma carta enviada a ele pelo amigo Edson Oliveira, ex-diretor da Interpol no Brasil, no dia 2 de maio de 2011. Na carta, Oliveira diz que ficou sabendo do caso sem querer, numa conversa informal com o então presidente do Sindicato dos Policiais Federais do Rio de Janeiro, Telmo Correia, no fim de 2008. Eles trabalhavam juntos no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.

O ex-presidente do Sindicato da PF no Rio contou que um amigo delegado da PF o procurou logo depois de a imprensa divulgar a descoberta de escutas telefônicas no STF, que tinham como alvo principal o ministro Gilmar Mendes. Seu amigo estava desesperado, pois tinha a certeza de que a história chegaria a ele a qualquer momento — e quando chegasse, não saberia o que fazer.

Edson Oliveira, então, passa a narrar que, preocupado com o teor da revelação, foi apurar o ocorrido. A partir de um cruzamento de dados, feito por ele e pelo agente da PF Alexandre Fraga, segundo a carta, chegou-se a um agente Távora, reputado como autor dos grampos aos ministros do STF. Na época, ele trabalhava na Delegacia Fazendária da PF no Rio. Era um policial com pouco tempo de casa, segundo Oliveira, “mas muito experiente em análise financeira e documental”.

“Távora participou de operações em Brasília, recebendo diárias, tendo passado vários meses naquela cidade, convocado para participar da equipe do delegado Protógenes [Queiroz, hoje deputado federal pelo PC do B]”, diz a carta. “Durante o levantamento feito, ficou evidente que a escuta realizada no STF foi feita com a utilização de equipamentos de gravação digital sem fio, de origem francesa, produto de um acordo feito entre o governo da França e o do Brasil.”

Aqui cabe uma explicação, contida no livro. Esse equipamento de grampo funciona dentro de uma maleta com se fosse uma estação de recepção e emissão de sinal de telefonia. Ela fica apontada à direção de onde está o telefone que será grampeado e a tela do equipamento mostra todos os números naquele raio de distância.

De acordo com Tognolli e Tuma Jr. no livro, essa “mala francesa”, como é chamada, entra no lugar da operadora de telefonia, funcionando como uma substituta. Dessa forma, o operador do grampo tem acesso a todas as operações feitas com o telefone e pode controlá-las. Ele pode, por exemplo, apagar o registro de uma ligação, ou fazer uma ligação a partir da máquina.

Segundo o depoimento de Tuma Jr., esse equipamento foi usado pelos arapongas da Polícia Federal no caso das escutas no Supremo. “Não só Gilmar Mendes foi grampeado como também todos os outros ministros do STF”, diz o livro. O ex-delegado relata ainda que, após fazer essa denúncia, Edson Oliveira foi alvo de perseguições na Polícia Federal.

Assassinato de Reputações 2

Mais a frente, Tognolli iria lançar, também com Tuma Jr., o volume 2 de Assassinato de Reputações. A obra foi batizada de “Assassinato de Reputações 2, muito além da Lava Jato”. E traz como personagem principal a ex-contadora do doleiro Alberto Youssef, Meire Pozza. Tognolli gravou Meire por 120 horas.

O busílis do livro é bombástico. No início de 2013, Enivaldo Quadrado, braço direito do doleiro Alberto Youssef, cola um pedaço de papel e coloca um envelope. Ele dá uma ordem determinada a Meire Poza e dispara: “Guarda isso aqui porque é o meu seguro de vida contra o Lula”. Um ano depois, ela entrega o papel para a força-tarefa da Operação Lava Jato. Era um contrato pelo qual um dos dois suspeitos da morte de Celso Daniel tira R$ 6 milhões do PT para apoiar Lula e dois de seus ex-ministros não envolvidos no crime.

O segundo volume de Assassinato de reputações traz essas e outras histórias contundentes nunca reveladas nos bastidores da Lava Jato, inclusive o fato de que ela poderia ter sido antecipada em dois anos, por conta de uma denúncia rica em detalhes que não foi trazida à tona pelo Polícia Federal, e isso teria sérios reflexos às vésperas das eleições que colocarão Dilma Rousseff por mais quatro anos à frente da Presidência da República.

A obra também traz informações inéditas sobre falsidades no BNDES, as negociações entre os filhos de Lula e muitos outros fatos escandalosos do PT e de outros políticos brasileiros, revelados por Romeu Tuma Junior.

Meire Pozza sabia do Petrolão dois anos antes da detonação da Lava Jato: foi avisar tudo na PF de São Paulo, que não levou a sério o que ela falava.

Meire gastou do próprio bolso R$ 23.000 em passagens aéreas, para ir a Curitiba entregar toda a papelada.

Dentre todos os papéis, anotações de Youssef sobre Dilma. E foi Meire também quem levou à PF o contrato pelo qual Bumlai tomou do esquema Lula-PT-Petrolão R$ 12 milhões, para que um empresário do grande ABC não incriminasse Lula no caso da morte do ex-prefeito Celso Daniel.

Pois bem: o escritório da ex-contadora de Alberto Youssef, Meire Poza, foi atingido por um incêndio na noite de 31 de março de 2016. O escritório de contabilidade fica na Avenida Santo Amaro, bairro do Itaim Bibi, zona sul de São Paulo.

Pelo menos cinco salas comerciais foram atingidas pelo incêndio e o teto desabou. O fogo assustou os alunos de uma academia de luta que fica no andar de baixo, mas ninguém ficou ferido.

“O que me veio na cabeça é que pode ter sido algum tipo de retaliação”, afirma Pozza. Ela entregou à Polícia Federal um suposto documento comprovando o empréstimo de R$ 6 milhões para Ronan Maria Pinto, preso hoje pela PF dia 1 de abril daquele ano.

“Era o contrato que provava o pagamento de uma chantagem que estaria sendo feita com o Lula e mais algumas pessoas do partido, para que uma pessoa se calasse, seria esse Ronan, sobre a morte do prefeito Celso Daniel”, disse Meire.

Abin e Abdelmassih

Os livros com Tuma repetiram o sucesso obtido por Tognolli no lançamento de “50 anos a mil”, biografia do cantor Lobão, que divide a autoria com Claudio. Em meados de 2011, prestes a completar um ano de lançamento, 50 Anos a Mil chegou a marca de 100 mil exemplares vendidos.

Em 21 de maio de 2015 Tognolli lançou “A Caixa Preta da Abin” (Escrituras) em co-autoria com o tenente-coronel André Soares. Ex-agente da Abin, o tenente-coronel relata um estado paralelo de arapongas ilegais instalados dentro da Agência Brasileira de Inteligência. Há bastidores deliciosos sobre a araponga brasileira, como por exemplo o relato do dia em que agentes da Abin deixaram fugir no Brasil um terrorista da Al-Qaeda.

Em seu “Bem vindo ao inferno” Tognolli narrou em quase 600 páginas a história de Vana Lopes. Ela foi a primeira vítima do médico estuprador Roger Abdelmassih e nenhuma autoridade acreditou nela quando fez a primeira denúncia contra o criminoso. Vana passou a investiga-lo sozinha. E foi dela que partiu a denúncia que levou Roger a ser preso em seu refúgio no Paraguai. O livro mereceu reportagem de capa da revista Veja:

https://veja.abril.com.br/brasil/vana-lopes-a-mulher-que-foi-vitima-e-algoz-de-roger-abdelmassih

Mas os ventos iriam mudar de direção novamente na carreira de Tognolli.

Volta para Jovem Pan

Em janeiro de 2016 Tognolli recebeu um telefonema do dono da Pan, Tutinha, convidando-o a participar da bancada do Morning Show.

Em janeiro de 2016, Claudio Tognolli passou a fazer parte do programa Morning Show, da rádio Jovem Pan. Ele comandou a bancada do matinal ao lado de Edgard Piccolli, Paula Carvalho, José Armando Vannucci.[14]


Em julho de 2017, ao lado de Joice Hasselmann e Felipe Moura Brasil, ancorou o programa Os Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan.[15]

A função multi-tarefa seguia. Fora seu trabalho na Jovem Pan, Tognolli também já trabalhou nas rádios CBN e Eldorado, e nas revistas Consultor JurídicoGalileuRolling Stone, Joyce Pascowitch e Caros Amigos.[16] Foi repórter especial do Jornal da Tarde e da Folha de S.Paulo, para quem foi correspondente nos EUA.[17] Fez reportagens em 35 países.[18] Foi colunista da AOL Brasil[19] e do jornal digital Brasil 247[20] e mantém, desde 2014, um blog dentro do portal Yahoo!.[21] e no portal TopBuzz.[22]


Em março de 2016 lançou o livro “Assassinato de Reputações II”, novamente com Romeu Tuma Junior.[23][24] Tuma viria a prefaciar seu livro “A Caixa Preta da Abin”, escrito com o tenente-coronel André Soares.[25]

Tognolli permaneceu na Jovem Pan até 15 de novembro de 2016, quando foi demitido da emissora.[26] O jornalista acusou o colega de casa, Reinaldo Azevedo, de “pedir a sua cabeça” para a direção da rádio, o que foi negado pelo mesmo.[27] Nos meses seguintes, Reinaldo Azevedo pediu demissão da Jovem Pan, deixando a ancoragem de Os Pingos nos Is.[28]

Para substituí-lo, a emissora acabou recontratando Claudio Tognolli para fazer parte da nova equipe do programa,[29] que passou a ser ancorado por ele, por Joice Hasselmann e Felipe Moura Brasil a partir do dia 3 de julho de 2017.[30]Em 10 de outubro, Claudio Tognolli foi substituído no Os Pingos nos Is pelo também jornalista Augusto Nunes, poi o no Tognolli havia sido convocado para atuar novamente no programa Morning Show da mesma emissora.[31]

Dois de seus livros, “Assassinato de Reputações” e “Bem Vindo ao Inferno” entraram em processo de filmagem. “Bem Vindo ao Inferno” teve prefácio assinado pelo juiz Sergio Moro e de sua mulher, Rosângela Wolf Moro.[32]

Seu livro O Século do Crime teve os direitos autorais comprados pela diretor Mauro Lima, autor de Meu Nome não é Johnny, que o vendeu à produtora O2, de Fernando Meirelles. Mas o projeto nunca foi para a tela.

Em 2017, Tognolli lançou a versão impressa de seu primeiro romance, “Balenciaga Torres e os Corações Pelludos”, que apareceu em versão digital em 2007.[33] O livro digital foi elogiado pela Folha de S. Paulo:

https://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2812200913.htm


A carreira literária nunca parou.

PCC e JBS

Seu livro “Laços de Sangue”, lançado em novembro de 2017 pela Editora Matrix, junto ao procurador Márcio Sérgio Christino, gerou reação do PCC.[34]

Em janeiro de 2018 lançou seu vigésimo livro, “Nomes aos Bois”, pela Matrix: uma profunda investigação contra a JBS.[35]. Lançou nos EUA a versão em inglês do livro sobre a JBS. E numa outra obra, a Caixa Preta do BNDES, ampliou o tema.

A política de produzir empresas gigantes nacionais, patrocinada pelo PT, em vez de trazer benefícios para o país, mostrou-se na verdade uma fábrica de propinas e desvios do dinheiro do contribuinte brasileiro. Entre esses gigantes está a JBS. Nome aos Bois traz fatos omitidos pelos delatores ao Ministério Público Federal. A maioria dos crimes contou com a ajuda do BNDES, da Caixa Econômica Federal, de fundos de pensão de estatais, de bancos privados e empresas de contabilidade e de auditoria fiscal. Nome aos Bois foi escrito com base nos inquéritos da Polícia Federal, nos laudos produzidos pela perícia técnica e na audição de dezenas de horas de conversas captadas pela PF em ações controladas, além da análise de dados obtidos pela quebra de sigilo dos envolvidos e de depoimentos dos acusados. Traz diálogos inéditos de Joesley, envolvendo autoridades dos três poderes e os políticos de vários partidos comprados com dinheiro sujo. Nome por nome.

As quatro obras chamaram a atenção da JBS. Que entrou com 3 pedidos de prisão e busca e apreensão na casa de Tognolli. Os pedidos foram atendidos de pronto pelo então delegado antissequestro Ronaldo Sayeg, mas engavetados pela justiça.

Em 1998 a revista Caros Amigos já havia feito ampla reportagem sobre Tognolli como o jornalista mais processado do Brasil.

No auge de sua batalha contra a JBS Tognolli sofreu um enfarto isquêmico brutal, no dia 3 de março de 2022. Desde então segue internado na UTI do Hospital Israelita Albert Einstein. Prometeu escrever um livro com o episódio e sobre os 35 países qu e visitou fazendo reportagens e infiltrações.

Passou a ter a pecha de jornalista de extrema-direita por conta de ter divulgado na rede a topografia de D. Marisa, mulher do presidente Lula. A reportagem, segundo Tognolli, teve como fonte um petista. “A operação Lava Jato dizia naquela tarde que a PF não encontrara D. Marisa em casa porque ela estaria fugindo. Eu provei que ela estava acamada, divulgando a tomografia segundos depois de ela ser internada”,

‘Na véspera do casamento real, divulgou fotos de Meghan de topless, o que causou reação pessoal contra ele na mídia inglesa.[36].


Casou-se por quatro vezes: com Nicole Anne Collet, Luciana Nogueira Camargo e Ana Luiza Moulatlet. Hoje é marido de Numa Rigueira Dantas Levy. Tem dois filhos, Isadora Camargo Tognolli e Joaquim Tognolli.


Música

Tognolli manteve a música uma presença constante em toda sua vida. Na ECA-USP, em 1982, Tognolli conheceu outro aluno, Paulo Ricardo Medeiros, com quem ensaiou algumas vezes numa banda chamada PIF-PAF. Tognolli foi logo trabalhar em Veja e o PIF-PAF se tornou o RPM. Profissionalmente, Tognolli gravou e tocou com o produtor Apollo 9, RPM, com Seu Jorge e Ultraje a Rigor.

Nos anos 80 Tognolli era músico da noite. Tocou por anos na banda Exocet, liderada por Claude Ariel José Tillier –hoje líder da banda Jurassic Rock.


O produtor Apollo 9 define a guitarra de Tognolli como psicodélica.

Tognolli mantém uma coleção de mais de 70 guitarras.

Confessa que o que mais o emocionou jornalisticamente foi ter ganho o prêmio , em 1996, do Depto. de Estado dos EUA –pelo qual, por 3 meses, pôde viajar livremente pelos EUA, para entrevistar quem quisesse. Foi ali que solidificou sua amizade com Timothy Leary, pai da contracultura. Também tem orgulho de ter sido nomeado jurado do prêmio de jornalismo anual da Fundação Gabo, antiga FNPY, fundada pelo Nobel Gabriel García-Marquez –de quem Tognolli passa a ser de fã para amigo.

Seu maior ídolo no rock é o guitarrista do Genesis, Steve Hackett, que conseguiu conhecer ao vivo, numa conversa de 4 horas, em 2014 em São Paulo. A aproximação entre os dois foi feita por um amigo personalíssimo de ambos, o cantor Ritchie.

Musicalmente o que mais encantou Tognolli foi a fundação em 2007 de sua banda chamada Bombagaray. Quem criou a banda foi o baixista, jornalista e matemático Claudio Weber Abramo. A banda era composta de Luis Frias (presidente do Grupo Folha) nos vocais, Sérgio Malbergier na bateria, e no baixo passaram Claudio Weber Abramo, Fabio Pagotto e Robério Santana –ex-baixista do grupo Camisa de Vênus.

A Bombagaray viria a durar oito anos e se notabilizou por abrir shows do músico Lobão –cuja biografia “50 anos a mil” teve Tognolli como co-autor.

Lobão, que iniciou sua carreira como baterista da banda Blitz, não tocava bateria em público há pelo menos 25 anos. Mas fez questão de exibir-se com o instrumento num ensaio do Bombagaray, tendo Tognolli na guitarra.

Tognolli se orgulha de ter ido dar entrevistas, por 3 vezes, ao Jô Soares. Também concedeu entrevistas aos programas de Danilo Gentili, de Ronnie Von, de Paulo Cesar Pereio, de Leda Nagle, de Nasi, cantor do Ira! , de Antônio Abujamra , e foi o entrevistado principal do Pânico por oito vezes diferentes.

Em 2016 Tognolli mereceu um vídeo-documentário sobre sua vida, chamado “O modo Tognolli de fazer jornalismo”, produzido pelos alunos da universidade Anhembi-Morumbi.


Máfia do Dendê versus biografia de Lobão

Tognolli foi o criador do termo Máfia do Dendê, acusando Gilberto Gil e Caetano Veloso de montarem um enclave artístico baiano para demitir de grandes órgãos de mídia jornalistas que consideravam por demais críticos –para re-empregar em seus lugares jornalistas propendestes a toda produção vinda da Bahia.

Caetano respondeu a Tognolli via sua coluna no jornal O Globo:

https://atarde.com.br/cultura/lobao-tognolli-e-reinaldo-azevedo-respondem-a-caetano-veloso-108120
https://www.brasil247.com/cultura/tognolli-rebate-caetano

O jornal Gazeta do Povo investigou o tema:

https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/caetano-veloso-gilberto-gil-paula-lavigne-o-que-sobrou-da-mafia-do-dende/

Em sua coluna dominical no jornal carioca O Globo, em março de 2011, o cantor e compositor baiano Caetano Veloso escreveu em defesa da irmã, a cantora Maria Bethânia, e aproveitou para alfinetar jornalistas e até o músico Lobão.

O baiano falou mal do cantor Lobão e de seu biógrafo, Claudio Tognolli, por terem falado de Bethânia.

– Toda a grita veio com o corinho que repete o epíteto “máfia do dendê”, expressão cunhada por um tal Tognolli, que escreveu o livro de Lobão, pois este é incapaz de redigir (não é todo cantor de rádio que escreve um Verdade Tropical [a história da tropicália escrita por Caetano]).

Em resposta, Lobão escreveu em seu Twitter que está tranquilo e que ele escreveu o livro.

– Mas isso já está ficando muito chato: quem escreveu o texto de 50 Anos a Mil [a biografia de Lobão] fui eu, e o Tognolli fez a pesquisa da mídia e ponto.

“Tô meio barrigudo, horrível”, diz Caetano Veloso

O jornalista Claudio Tognolli também respondeu a Caetano e voltou a escrever sobre a “máfia do dendê” em seu site.

Lula e Bagdá

Setores da OAB, da Magistratura e federações de jornalistas de todo o Brasil chegaram a erigir uma lista com mais de 4 mil autoridades, contra Tognolli. Dessa vez, os signatários, de maioria petista, pediam punições contra Tognolli, por ele ter divulgado em suas redes sociais o telefone do desembargador Rogério Favretto, quando este soltou Lula da cadeia. O caso se arrastou algum tempo até que Favretto e Tognolli chegassem a um bom termo, que pacificou a ação civil mediante acerto pecuniário.

Tognolli considera que o episódio mais delicado de sua carrreira tenha sido nos primeiros 4 anos de mandato de Lula. A história é esta e começa com uma família de Juiz de Fora. Após dois anos e cinco meses de apreensão e falta de notícias, a família de João José Vasconcellos Júnior, seqüestrado no Iraque em 2005, finalmente pôde enterrar os restos mortais do engenheiro, que saíram do Kuait e retornaram ao Brasil ontem, por São Paulo, chegando a Juiz de Fora hoje pela manhã. Para os parentes mais próximos de Vasconcellos, a cerimônia significou o fim de um triste ciclo de espera.

No dia 19 de janeiro de 2005, Vasconcellos trabalhava em Bagdá pela construtora Norberto Odebrecht quando foi sequestrado por rebeldes das Brigadas Mujahedin e Ansar Al Suna, que assumiram o crime. Apesar dos apelos da família e dos esforços feitos na época pelas embaixadas do Brasil na Itália, Jordânia e Síria, as últimas notícias do engenheiro foram transmitidas por um vídeo divulgado na Al Jazira do Catar, três dias após o sequestro. As imagens mostravam a carteira de mergulhador de Vasconcellos e algumas cédulas de reais.

Tognolli foi convidado pelo então diretor da Abin, Mauro Marcelo Lima e Silva, para ser o representante brasileiro no Iraque, fazer o reconhecimento do corpo e trazê-lo de volta. Tognolli preparou as malas mas desistiu do embarque horas antes. Jamais revelou quanto receberia pela missão. Mas resolveu tornar o caso público, contando os bastidores em seu então novo livro, Mídia, Máfias & Rock n Roll, editado por Pinky Wainer. A exclusividade na divulgação da história Tognolli concedeu a um seu velho amigo, o escritor e dramaturgo Marcelo Rubens Paiva –que contou tudo em sua coluna semanal no jornal O Estado de S. Paulo.


Após a divulgação da notícia tanto o governo quanto a família do engenheiro anunciaram processar Tognolli, alegando mentira, calunia e difamação. A pendenga só acabou com a chegada do corpo do engenheiro ao Brasil.

Manchete do Notícias Populares

Tognolli considera que o episódio mais cômico de sua carreira seja aquele batizado de A Maldição da Tumba.

Após 32 anos, os trabalhos de identificação das ossadas encontradas na vala comum do cemitério Dom Bosco, em Perus, na zona oeste de São Paulo, chegaram ao fim. Acabou acabou a retirada de material genético das 901 caixas com ossos com características de sexo, idade e altura compatíveis com os 40 desaparecidos políticos que teriam sido enterrados no lugar por agentes da ditadura militar.

Já foram concluídas 819 análises dos chamados indivíduos principais, cujos ossos estavam nas caixas. Entre eles foram identificados cinco desaparecidos políticos: Dênis Casemiro, Frederico Antonio Mayr, Flávio de Carvalho Molina, Dimas Antonio Casemiro e Aluísio Palhano Ferreira.

Tognolli cobriu o caso desde a descoberta da vala, em 1990. Uma semana após trabalhar em Perus, Tognolli contraiu uma poderosa infecção na gengiva. Ele atribuiu isso à possibilidade de ter colocado na boca uma caneta que tivesse caído na vala. O médico legista Nelson Massini, então na Unicamp, e que iniciou as investigações, rechaçou essa tese, referindo que era “cientificamente impossível” que ossos transmitissem tamanha infecção.

Enquanto estava afastado do caso, para cuidar da boca, Tognolli recebeu uma ligação do diretor de redação Otávio Frias Filho, Nela, Otavio perguntou a Tognolli se ele se sentiria ofendido de ser a manchete principal do jornal sensacionalista Noticias Populares. Tognolli topou respondendo a Otavio “claro que aceito, já detonei tanta gente, por que não posso ser detonado?”.

Dois dias depois a manchete principal do Notícias Populares gritava: “Maldição da tumba ataca repórter: mordeu caneta com uruca e ficou podre”. Redigida pelo jornalista Álvaro Pereira Junior, hoje no programa Fantástico, a manchete era ilustrada com a foto de Tognolli ladeada por outra, da múmia do faraó Tutankamon.

Devido ao infarto sofrido em 3/3/2022 Tognolli se licenciou de cargo de professor livre-docente da ECA-USP. Mas mantém sua atuação diária nas suas redes sociais e no seu site www.claudiotognolli.com.br, postando direto de um quarto de UTI no hospital israelita Albert Einstein, onde está até os dias que correm.

O jornalista tem como time do coração o Corinthians.[1]. E suas bandas preferidas são nessa ordem Genesis, Rush e The Police.

Tognolli diz que traz dois lemas que a vida lhe ensinou: “divagar e sempre” e “perdoa-se o pecador mas jamais o pregador”.

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