O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) definiu os atos golpistas de 8 de janeiro do ano passado como um “espetáculo de horror” promovido por “falsos patriotas que não respeitam os símbolos da Pátria”. Nas palavras de Barroso, “falsos religiosos que não cultivam o bem, a paz e o amor. Desmoralizaram Deus e a bandeira nacional. O que assistimos aqui foi a mais profunda e desoladora derrota do espírito”.
Barroso também defendeu o que chamou de “verdadeira pacificação da sociedade, em que pessoas que pensam de maneira diferente possam se sentar à mesma mesa e conversarem, com respeito e consideração, sem ofensas ou desqualificações”.
O presidente do STF discursou na abertura do ato para relembrar os episódios de um ano atrás. Fixada na parede, estava parte de uma estátua que foi vandalizada pelos invasores que depredaram o STF. O evento contou com a presença de outros ministros e ex-ministros do STF. Barroso, abriu a exposição “Após 8 de janeiro: Reconstrução, memória e democracia”. Em seguida, começou uma cerimônia no plenário da Corte.
A solenidade foi aberta com a exibição de um documentário que relembra o episódio. Logo depois, Barroso fez um discurso rememorando as cenas que viu durante a noite de 8 de Janeiro.
“Nós jamais esqueceremos. Estamos aqui para manter viva a memória desse episódio que remete ao país que nós não queremos. O país da intolerância, do desrespeito ao resultado eleitoral, da violência destrutiva contra as instituições. Um Brasil que não se parece com o Brasil”, afirmou o presidente do STF.
Participaram do evento os ministros Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin. Além dos ex-ministros Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Ayres Britto. O ministro da Justiça e futuro ministro do STF Flávio Dino; o advogado-Geral da União, Jorge Messias; o procurador-Geral da República, Paulo Gonet Branco, também participam.
A destruição no edifício-sede do Supremo Tribunal Federal no dia 8 de janeiro de 2023 gerou prejuízo de R$ 8.616.822,30, com 951 itens que foram furtados, quebrados ou completamente destruídos.
Além disso, a despesa para reconstrução do Plenário, com troca de carpetes, cortinas e outros, foi de R$ 3.424.600,25, totalizando cerca de R$ 12 milhões em prejuízo para os cofres públicos.
Com informações do Metrópoles