Segundo os ativistas, multinacional de carnes não deixou suficientemente claros os riscos ambientais de suas atividades no prospecto em que pede a inclusão de suas ações na bolsa de Nova York
Por Valor, Valor — São Paulo
JBS pleiteia listagem de ações na bolsa de Nova York, mas ativistas ambientais contestam Divulgação
Uma coalizão de grupos ambientalistas está pressionando o órgão regulador de valores mobiliários dos EUA para impedir a listagem de ações da JBS em Nova York, informa reportagem da Reuters. O motivo são preocupações sobre o impacto das operações da maior processadora de carne do mundo no desmatamento e nas mudanças climáticas.
A JBS espera que uma listagem nos EUA atraia uma base de investidores mais ampla para dar à empresa mais acesso a capital de menor custo. No entanto, grupos ativistas como a Rainforest Action Network, Mighty Earth e World Animal Protection enviaram este mês cartas à Securities and Exchange Commission (SEC, órgão que regula o mercado de capitais nos EUA) pedindo ao regulador que se oponha à oferta pública inicial (IPO) nos EUA ou investigue as informações contidas no prospecto da JBS.
“Este é provavelmente o IPO mais importante para o clima na história”, disse Glenn Hurowitz, diretor executivo da Mighty Earth.
A destruição de florestas tropicais, que funcionam como sumidouros de carbono, ameaça as metas climáticas globais. A JBS disse que sua proposta de listagem “aumentará a governança corporativa e a transparência por meio da adesão aos padrões da SEC”. Também disse que espera colaborar com organizações não governamentais.
Há tempos, ativistas acusam a JBS de ameaçar o meio ambiente e explorar trabalhadores. A pecuária, juntamente com o desmatamento para venda de madeira ou cultivo de alimentos, está impulsionando o destruição da floresta amazônica. A indústria da carne bovina diz que a maior parte do desmatamento é feita por criminosos.
Segundo a reportagem, a World Animal Protection disse à SEC que a JBS, que compra grãos para alimentação de rebanhos comerciais, não identificou adequadamente a agricultura como um fator de risco relevante para o desmatamento em seu prospecto.
Em resposta, a SEC disse que as preocupações da World Animal Protection “serão cuidadosamente consideradas à luz das responsabilidades gerais de aplicação pela Comissão das leis federais de valores mobiliários dos EUA”, de acordo com o grupo.