O Tribunal Revolucionário do Irã condenou Narges Mohammadi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2023, a uma pena adicional de 15 meses de prisão sob a acusação de espalhar propaganda contra o país enquanto estava atrás das grades, disse sua família em um comunicado nesta segunda-feira (15).
De acordo com informações da agência AFP, o tribunal condenou Mohammadi a 15 meses de prisão. Ela boicotou o julgamento, que resultou em sua quinta condenação desde março de 2021, com penas que vão agora a 12 anos e três meses de prisão, 154 chicotadas, dois anos de exílio e diversas restrições sociais e políticas.
Ela também foi condenada a passar dois anos no exílio fora de Teerã, com uma proibição de viajar de dois anos e uma proibição de usar um smartphone por dois anos, restrições que entrariam em vigor depois que ela fosse libertada, segundo a AFP.
A família da ativista condenou a decisão como semelhante a uma ‘declaração política de que ela incita e encoraja repetidamente as opiniões públicas e individuais contra o regime islâmico para semear o caos e os distúrbios’.
Há mais de uma década, Narges Mohammadi se destaca como uma das principais defensoras dos direitos das mulheres e da abolição da pena de morte no Irã, um dos países com maior incidência dessa forma de punição. Mais recentemente, ela emergiu como uma das figuras de destaque nos protestos que tiveram início após a morte de Mahsa Amini. Mohammadi é a 19ª mulher a receber o Prêmio Nobel da Paz.
As autoridades iranianas prenderam-na pela primeira vez em 1998 por criticar o governo, segundo a organização Front Line Defenders. Em maio de 2016, um tribunal de Teerã condenou Mohammadi a 16 anos de prisão pelo seu ativismo em prol dos direitos humanos. Mohammadi foi libertada em outubro de 2020 e presa novamente um ano depois. (Com agências).