O jornal O Estado de S. Paulo elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por comprar uma briga com seu próprio partido, o PT, em torno da política econômica. “Se soube escolher bem as batalhas de 2023 para colher vitórias em sua agenda econômica, o ministro Fernando Haddad iniciou o ano reafirmando sua capacidade de enfrentar as brigas certas e com alvo definido: a artilharia do PT. Em entrevista concedida ao jornal O Globo há alguns dias, Haddad subiu o tom em público em relação ao comissariado petista que o atacou desde o primeiro dia de sua gestão. Escancarou a contradição da legenda depois de muitos embates com a Casa Civil ao longo do ano passado e do fogo amigo, promovido durante meses por parlamentares e pela presidente do partido, Gleisi Hoffmann, até culminar com a resolução do Diretório Nacional do PT que chamou a política fiscal de ‘austericídio’. E convocou para mediar o conflito o único nome capaz de arbitrá-lo”, aponta o editorial do jornal, neste sábado.
O texto critica ainda lideranças do PT e o próprio presidente Lula. “Haddad não citou nomes nem precisava: além de Gleisi Hoffmann, principal artífice do documento crítico do PT aprovado em dezembro, Lindbergh Farias e o chefe da Casa Civil, Rui Costa, manifestaram-se nas redes sociais exatamente no tom apontado por Haddad”, aponta o editorialista. “Haddad sabe das tormentas que virão em 2024 e precisará mais do que nunca do apoio do presidente para enfrentá-las. A dúvida é qual Lula responderá ao seu chamado: aquele que chancelou algumas de suas principais contendas ou o devorador de orçamentos em nome dos dividendos eleitorais de curto prazo?”, finaliza o editorialista.