Queda de 98% no lucro: O que o balanço da Pilgrim’s Pride indica sobre o 1T23 da JBS?

Money Times

Por Pasquale Augusto

A processadora norte-americana de frango Pilgrim’s Pride, controlada pela brasileira JBS (JBSS3), registrou lucro líquido de US$ 5,19 milhões, ou US$ 0,02 por ação, no primeiro trimestre (1T23).

O resultado representa queda de 98% ante igual período do ano passado, quando a companhia lucrou US$ 280,44 milhões, ou US$ 1,15 por ação.

Em termos ajustados, a companhia teve lucro de US$ 19 milhões, ou US$ 0,08 por ação, em comparação a US$ 287,15 milhões, ou US$ 1,18 por ação, um ano antes. A receita líquida diminuiu 1,8%, para US$ 4,16 bilhões.

O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado caiu 69,7%, para US$ 151,9 milhões. A margem Ebitda ajustada diminuiu 8,2 pontos porcentuais, passando de 11,8% para 3,6%.

A receita líquida da empresa no México cresceu 5,7%, para US$ 493,8 milhões, enquanto na Europa e no Reino Unido a receita aumentou 4%, para US$ 1,239 bilhão. Nos Estados Unidos, por outro lado, as vendas líquidas diminuíram 5,8%, para US$ 2,43 bilhões.

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O que diz o mercado

Na visão da gestora Ajax Asset, em função dos números reportados pela subsidiária, a expectativa é de uma nova desaceleração nos números da JBS (JBSS3) no 1T23, pressionada pelos negócios dos EUA (preços mais altos do boi nos EUA e queda de margens de frangos), além dos números mais fracos com Seara e quadro mais desafiador para carne bovina no Brasil.

Para o Itaú BBA, os resultados, apesar de terem vindo em linha com o esperado, podem ser vistos como ligeiramente positivos, considerando algumas tendências positivas, como crescimento da margem Ebitda dos Estados Unidos, assim como as melhoras sequenciais para as margens europeia e mexicana.

Ainda assim, a corretora não enxerga a Pilgrim’s Pride dando início a uma recuperação consolidada da lucratividade da JBS, mas acredita que a empresa será a única unidade de negócios no portfólio da JBS que entregará uma melhoria sequencial no 1T23.

O Itaú BBA acredita que os investidores estão esperando por um bom ponto de entrada quando se trata da JBS, mas destaca que o balanço patrimonial da empresa frigorífica parece suportar a dinâmica desafiadora atual nos níveis consolidados.

A recomendação é de “outperform” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”), com preço-alvo ao fim de 2023 de R$ 39.

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