O Google reconheceu que rastreou milhões de usuários que pensavam usar o navegador no modo privado. A ação coletiva, que foi encerrada depois de acordo firmado com a Justiça dos Estados Unidos, buscava indenizações na ordem de US$ 5 bilhões.
Os termos da negociação preliminar não foram divulgados. A expectativa é que o acordo formal seja apresentado à Justiça no próximo ano, para aprovação formal. O julgamento, que foi suspenso por Yvonne Gonzalez Rogers, juíza distrital do estado da Califórnia, estava previsto para começar em fevereiro de 2024.
Os autores da ação acusavam a gigante de tecnologia de rastrear atividades dos usuários no navegador do Google, o Chrome, mesmo quando o modo privado ou “anônimo” estava ativado. Em tese, ao habilitar essa opção de navegação, o Chrome não deveria salvar histórico, cookies e dados dos sites acessados, nem informações inseridas em formulários.
Segundo a ação, ajuizada em 2020, o Google se transformou em um “incontável tesouro de informações” ao permitir que o navegador aprendesse sobre interesses e hábitos dos usuários, além de “coisas potencialmente embaraçosas” que eles procuravam online. O processo alegava que a empresa, ao rastrear a navegação anônima, violava as leis federais e leis de privacidade da Califórnia.
Na época, um porta-voz do Google chegou a admitir que, embora o modo de navegação anônima não salvasse a atividade do usuário no dispositivo usado, os sites ainda podiam coletar informações durante a sessão. Na ação, os usuários apresentaram e-mails internos que supostamente mostravam conversas de executivos da empresa que provaram o uso de dados anônimos para vender anúncios e rastrear tráfego da web.