Até R$ 100 mil poderão ser pagos pelo governo como recompensa por informações sobre os criminosos mais procurados do país. O governo federal criou nesta quinta-feira uma lista nacional de criminosos mais procurados pela Justiça e os valores por informações que levem à prisão variam a partir de R$ 30 mil.
O valor da recompensa para pessoas que contribuírem com denúncias para a prisão de criminosos procurados será definido a partir de diretrizes como gravidade do crime, grau de eficácia da informação para resolução do fato e prisão do procurado e risco efetivo ou potencial à vida e à integridade física do informante.
Segundo o governo, quando as informações disponibilizadas resultarem em recuperação de produto de crime, a recompensa em favor do informante será de até 5% do valor recuperado.
A “premiação” será custeada com recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e o pagamento ocorrerá por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp).
O ministro Flávio Dino deixará a pasta para ocupar uma vaga de ministro no Supremo Tribunal Federal (STF) e assinou ontem a Portaria 570/2023, que institui a norma para a elaboração da Lista dos procurados do Sistema Único de Segurança Pública (Susp).
Os nomes foram listados a partir de critérios estabelecidos pela Pasta, como participação direta ou indireta em organização criminosa, envolvimento em crimes graves e violentos, existência de mandado de prisão em aberto, constante na pesquisa pública do Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP/CNJ), ou outro critério estabelecido por decisão judicial específica.
O documento estabelece também os requisitos para a divulgação, em âmbito nacional, dos indivíduos cuja prisão tem caráter estratégico para o enfrentamento às organizações criminosas do país. “É uma medida importante para dinamizar os instrumentos de eficiência da polícia”, avaliou Flávio Dino.
Cada estado e o Distrito Federal enviarão à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) até oito nomes de criminosos procurados e que se enquadrem em uma matriz de risco definida pelo MJSP, que considera, principalmente, grau de periculosidade.
A lista nacional será fechada pela Coordenação-Geral de Operações Integradas e Combate ao Crime Organizado, da Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (CGCCO/Diopi), que irá atribuir pontuação para definir quais criminosos constarão.
Confira abaixo a prévia da relação obtida pelo portal Uol:
Baixinho
Um dos nomes da lista de mais procurados do país é Willian Alves Moscardini. O “Baixinho” como é conhecido é procurado no Brasil e em países do Mercosul. Em São Paulo, ele responde a oito processos por assalto, roubo, sequestro e agressões. Além disso, o foragido participou do assalto à transportadora de valores Prosseguir, em Ciudad Del Este, em 2017, de onde foram subtraídos US$ 11 milhões. Moscardini também é conhecido na região de Indaiatuda (SP) como “Calabresa”, local onde participou do assalto a um grande centro de distribuição de bebidas e ataque a agências da Motorola e Samsung.
Yan
Márcio Carmo Pimentel (Ian, Yan, Branco ou Gordo). De Ipatinga, na região do Vale do Aço, atua na modalidade criminosa do novo cangaço, participando de ataques violentos a bancos, carros-fortes e transportadoras de valores. É considerado um dos mais perigosos assaltantes do Brasil, conhecido como “Rei do Cangaço”. Possui, pelo menos, 13 mandados de prisão em aberto nos estados de Goiás, Mato Grosso, Bahia e Minas Gerais.”
Maria do Pó
Na lista, Sonia Aparecida Rossi, a Maria do Pó, está foragida desde 2006. Condenada a 54 anos e 8 meses de prisão por tráfico de drogas, ela já era considerada uma das mulheres mais perigosas do país. Com 62 anos, ela também é a mais velha da lista de procurados. Sonia escapou da Penitenciária Feminina de Sant’Anna, no Carandiru, zona norte de São Paulo, em março de 2006. A direção do presídio percebeu a ausência da traficante quatro horas depois, na contagem rotineira de detentas. Desde então, Maria do Pó nunca mais foi vista.
João Cabeludo
João Aparecido Ferraz Neto, conhecido como “João Cabeludo”, de 65 anos tem envolvimento em roubos a carros fortes e tráfico de drogas, além de crimes contra o patrimônio e lavagem de dinheiro. Segundo o relatório que lista os criminosos mais procurados divulgado pelo governo federal, ele foi expandindo a área em que age e atualmente atua na região sudeste do Brasil e em países do Mercosul. Ele tem condenações que somam mais de 500 anos de prisão.
Caipira
Álvaro Daniel Roberto é acusado de comandar um núcleo que enviava cocaína para a Europa usando rotas que partiam do Paraguai, Bolívia e Peru. Também conhecido como Caipira foi denunciado junto com mais 20 pessoas acusadas de tráfico internacional e associação para o financiamento ao tráfico. Álvaro controlava o tráfico a partir de São Paulo. Foi preso em 2013 em Fortaleza (CE) mas obteve transferência para Juiz de Fora (MG). Ele, que já teve ligações com o megatraficante Juan Carlos Abadia, fugiu da prisão em 2014.
Xixi
Sérgio Luiz de Freitas Filho, conhecido como “Xixi”, atua no Sudeste e no Mercosul, com tráfico de drogas e, por consequência, organização criminosa e lavagem de dinheiro. É responsável pela logística do transporte de cocaína da Bolívia para o Brasil.
André do Rap
Foragido desde o dia 10 de outubro de 2020, quando saiu da Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP) pela porta da frente, André de Oliveira Macedo, mais conhecido como André do Rap, é o criminoso mais procurado da capital paulista e do Brasil. Ele foi condenado a 15 anos e seis meses por tráfico internacional de drogas. André do Rap foi solto depois de um habeas corpus concedido pelo então ministro do STF Marco Aurélio Mello. A liberdade dele foi cassada pela própria Suprema Corte, horas depois, mas Rap já estava solto.
Leozinho / “Playboy”
Leomar de Oliveira Barbosa, o Leozinho da Vila Ipiranga, de 61 anos, também conhecido como Playboy e aliado de Fernandinho Beira-Mar, cumpria pena num presídio de Goiás. Ele foi condenado pela Justiça de Goiás a 36 anos de prisão por tráfico. No entanto, foi solto indevidamente do presídio de segurança máxima de Formosa (GO) em 2018 após um erro do sistema carcerário.
Engri Júnior de Almeida Maia
Engri Júnior de Almeida Maia, também conhecido como “Júnior Trindade’ é apontado como líder de uma facção criminosa que atua em Goiás. Ele tem condenações por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro e está na lista da Interpol. Segundo o MPF, Engri foi denunciado por envolvimento com o tráfico internacional de cocaína e lavagem de dinheiro. A organização criminosa importava a droga da Bolívia e realizava a distribuição interna a outros traficantes locais.
Adalberto Pagliuca Filho
Adalberto Pagliuca Filho, de 69 anos, é acusado de chefiar uma organização criminosa de Mato Grosso com atuação em outros dez estados. Pagliuca foi condenado pela Justiça de Mato Grosso, após ser preso na Operação Mahyah, da Polícia Federal, deflagrada em novembro de 2011.
Com informações de O Globo.