O mercado imobiliário brasileiro deve manter-se estável ou apresentar um pequeno crescimento em 2024, em relação a 2023. Esta previsão é baseada nas estimativas de representantes do setor, conforme relatado pelo economista-chefe do Sindicato da Habitação (Secovi-SP), Celso Petrucci, em reportagem do Estado de S. Paulo. Essa tendência é esperada tanto para São Paulo, um foco principal de lançamentos e vendas, quanto para o mercado nacional.
A estabilidade econômica do Brasil é um fator contribuinte para essa expectativa, caracterizada por juros em queda, inflação controlada, baixo desemprego e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Estes fatores são considerados favoráveis para as vendas de moradias. Além disso, as novas regras do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) estão impulsionando o segmento de habitação popular, esperado para liderar os lançamentos no próximo ano.
O presidente do Secovi-SP, Ely Werthein, destacou a resiliência do mercado imobiliário em 2023 apesar das turbulências na economia brasileira. Em São Paulo, houve uma diminuição de 6,1% no estoque de imóveis, caindo para 61,4 mil unidades em outubro. Nos últimos 12 meses até outubro, as vendas de imóveis residenciais novos na cidade tiveram um aumento de 8,7%, alcançando 75,8 mil unidades, enquanto os lançamentos caíram 10,3%, totalizando 73,3 mil unidades.
O cenário nacional também reflete um otimismo cauteloso. Renato Correa, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em entrevista recente, expressou expectativas positivas para 2024, salvo a ocorrência de eventos imprevistos. O aumento da confiança dos empresários, impulsionado pela retomada de projetos devido aos incentivos do MCMV, é um indicador positivo.
Flávio Amary, presidente local da Federação Internacional Imobiliária (Fiabci), salientou a importância do segmento popular para o setor no próximo ano, impulsionado pelo interesse do governo federal em retomar o Minha Casa, Minha Vida. Ele mencionou ainda que alguns estados, como São Paulo, estão desenvolvendo programas próprios para subsidiar a aquisição de moradias do MCMV para pessoas de baixa renda.
Em contraste, o mercado de médio e alto padrão deve crescer mais lentamente, afetado pelos juros mais altos dos financiamentos. Entretanto, espera-se que a redução da Selic beneficie o setor, especialmente na segunda metade do ano, através da redução dos juros de crédito habitacional.
Em suma, as expectativas para o mercado imobiliário em 2024 são moderadamente otimistas, com um cenário econômico favorável e medidas governamentais de apoio, especialmente no segmento popular, apesar dos desafios no segmento de médio e alto padrão.