Mais de metade dos brasileiros já foi assaltada, revela pesquisa Quaest/UFMG

Pesquisa da Quaest e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revelou que mais da metade dos brasileiros (51%) já foi vítima de assalto, furto ou roubo. O número sobe para 85% quando se inclui quem conhece alguém que sofreu esses crimes. A pesquisa também mostrou que a população está mais insegura com a violência no país, que piorou nos últimos 12 meses, segundo 80% dos entrevistados. 83% e 81%.

A sensação de que a criminalidade avançou é alta tanto entre eleitores de Lula quanto entre os do ex-presidente Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições de 2022, embora seja maior no segundo grupo (71% a 88%). É ainda um pouco superior nas camadas de maior renda. Enquanto 76% dos que ganham até dois salários mínimos apontam crescimento da violência, essa parcela é cinco pontos percentuais maior nas demais faixas.

Uma parcela menor da população percebe piora do problema nas cidades onde moram, na comparação com o resto do país. São 56% os que apontam alta na violência em seus municípios, e 31% os que dizem que ela continua igual.

Para o cientista político Felipe Nunes, da Quaest e professor da UFMG, uma das razões da discrepância é a influência das experiências de outras pessoas, como vizinhos e parentes, do noticiário e das redes sociais. Os dados apontam que o diagnóstico entre os brasileiros é o de que a segurança é um desafio estrutural, acrescenta. A violência e o crime organizado só são vistos como problemas de determinadas regiões por 16% dos entrevistados: A pesquisa reforça essa tendência: nove em cada dez brasileiros acham que os criminosos atualmente estão “mais profissionais” e “preparados”.

Nas cidades, a avaliação de que a insegurança cresceu é maior entre as mulheres — 62% apontam alta no município onde moram, contra 49% dos homens. Também é mais expressiva entre quem foi assaltado várias vezes (64%).

A pesquisa revela que os governadores do Sudeste têm a pior avaliação na área. Entre os entrevistados da região, 27% consideram o trabalho do chefe do Executivo estadual positivo. Esse percentual é de 35% na média nacional e chega a 50% no Norte do país.

A atuação do governo Lula divide os brasileiros: 43% acham que o presidente vai melhor que Bolsonaro no tema, e 43% consideram que o desempenho é pior. No Sudeste, os grupos ficam próximos: 44% veem um trabalho pior, e 39% melhor.

O pesquisador Jorge Alexandre Neves, do Centro Internacional de Gestão Pública e Desenvolvimento da UFMG e um dos coordenadores da pesquisa, avalia que o governo ainda não lançou uma proposta mais abrangente para o setor e tem dificuldades de comunicação. Os dados mostram que 69% não sabiam, por exemplo, sobre a intervenção nos portos e aeroportos, ainda que a ação seja aprovada por 88%. Mas ele vê oportunidades no apoio a ações preventivas:

— São políticas com caráter social que vão ao encontro da agenda do atual governo, como a redução da pobreza.

Com informações de O Globo

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