Economistas falham ao não medir o crescimento da renda per capita por classe de renda, um erro significativo na orientação de políticas públicas. Imagino que, dos 2,5% de crescimento per capita de 2023, apenas 0,1% beneficiou os pobres, enquanto 2,4% favoreceu os ricos, impulsionado pela taxa de juros real mais alta do mundo, reflexo da desconfiança dos investidores na solvência fiscal do Estado. Agricultores também obtiveram lucros expressivos devido aos altos preços das commodities. Se o PIB do ano seguinte depende das medidas econômicas implementadas no ano anterior, a projeção de 1,5% de crescimento per capita para 2024, sendo 0,5% para os pobres e 1% para os ricos, representa um claro retrocesso. Elegemos uma abordagem econômica já experimentada de 2002 a 2016, sem grandes êxitos, culminando em uma severa recessão, a verdadeira razão para o impeachment. Haddad agora repete essa abordagem, reintroduzindo o programa Minha Casa Minha Vida, que endividou profundamente os pobres daquela época, sem perceber que os jovens de hoje preferem alugar a comprar casa ou carro. Haddad deveria focar em reformar casas antigas e alugá-las para a geração Z, pois é o que eles desejam. Mas isso não aumenta o PIB, pois envolve imóveis já existentes. Lula voltou a gastar 2 meses por ano viajando, e 2 meses preparando e descansando dessas viagens, sem firmar nenhum acordo de comércio bilateral ou bolsas de estudos para jovens brasileiros. Em contraste, a breve viagem de Bolsonaro à Rússia garantiu a importação de fertilizantes russos, uma ação crucial para a agricultura brasileira diante da iminente guerra com a Ucrânia. 2023 foi o ano em que Lula polarizou o STF, nomeando seu próprio advogado e deliberadamente um juiz tido como comunista, ignorando o critério de notório saber jurídico. Assim, teremos 30 anos de um STF ideológico. Bolsonaro e Temer, de fato, também contribuíram para isso. O Brasil registrou um número recorde de mortes por dengue em 2023. Houve uma fuga de talentos e empresários para Miami e Portugal, desencorajados pelas adversidades de empreender no Brasil, um efeito desastroso a longo prazo que precisa ser revertido. Em 2023, 10 brasileiros foram condenados a 17 anos de prisão por protestarem em frente ao congresso, revolta ao que consideravam uma fraude eleitoral, sem provas somente suspeitas. Não foram os organizadores ou os generais supostamente envolvidos em um golpe de Estado que foram condenados, mas sim pessoas inocentes. Isso serve de aviso para que todos fiquemos em casa e nunca protestemos. Mensagem recebida: eu nunca mais protestarei. Na primeira semana, Lula revogou diversas medidas de Bolsonaro, como a redução de custos, retomando subsídios para artistas e aumentando salários, um retrocesso para um Estado já sobrecarregado e caro. O que mais me incomodou foi o fim do Plano Nacional de Alfabetização de Carlos Nadalim, que visava combater a regressão sináptica e poda neuronal que ocorrem a partir dos 4 anos. Quando não estimuladas, crianças perdem 50% das sinapses e 10% dos neurônios. Por isso, Bolsonaro criou o programa ‘Conta Pra Mim’, incentivando a alfabetização familiar antes da escola fundamental, realizado pelas próprias famílias. Voltamos a não fazer nada, registrando as piores notas no Pisa e no Pirls, com nossas crianças caminhando para terem 50% menos sinapses e 10% menos neurônios, que o Plano Nacional de Alfabetização tentou reverter.