Tribunal considera o populista Alternativa para a Alemanha (AfD) uma ameaça à democracia e vê indícios de aspirações anticonstitucionais. Líderes de facção radical banida ainda exercem influência sobre a legenda.
Um tribunal alemão autorizou nesta terça-feira (08/03) o Departamento de Proteção à Constituição da Alemanha (BfV), a agência de inteligência interna do país, a exercer vigilância sobre o partido ultradireitista Alternativa para a Alemanha (AfD).
O tribunal concluiu que existem indícios suficientes de aspirações anticonstitucionais dentro do partido. A legenda populista de direita é considerada uma ameaça à democracia alemã.
Uma facção radical da AfD, conhecida como Der Flügel (“A Ala”), foi formalmente dissolvida pela Justiça alemã, mas seus líderes continuam a exercer influência sobre o partido, informou a corte da cidade de Colônia, onde fica a sede do BfV.
Um dos objetivos dessa facção, assim como da ala jovem da AfD, é proteger a “integridade étnica” da Alemanha e afastar do país os estrangeiros, afirmou a corte, ressaltando que isso vai diretamente contra a Constituição democrática da Alemanha.
O Tribunal afirmou ainda que foram detectadas ações contra estrangeiros por parte do partido, que mantém uma postura abertamente anti-imigração.
A decisão é um duro golpe para a AfD, que já havia recorrido duas vezes ao tribunal e conseguiu restringir temporariamente a vigilância do BfV, alegando que as ações da agência colocam o partido em desvantagem e constituiriam uma violação do Estado democrático.
De eurocético a ultradireitista
Criada inicialmente como um partido eurocético, a AfD passou a tomar posições cada vez mais à direita no espectro político alemão. Em 2017, a legenda conseguiu eleger representantes no Bundestag (Parlamento) pela primeira vez, ao se beneficiar da oposição de parte da população à política migratória do governo da ex-chanceler Angela Merkel.
Em 2015, a crise dos refugiados, impulsionada pela guerra civil na Síria, levou mais de um milhão de migrantes para a Alemanha. Merkel decidiu abrir as fronteiras para receber refugiados em busca de acolhimento no país, uma vez que muitas dessas pessoas fugiam de conflitos e da pobreza em seus países de origem.
Embora a maioria dos alemães tenha apoiado a decisão da chanceler, parte do eleitorado sucumbiu à campanha do medo perpetrada pela extrema direita, que resultou na ascensão da AfD.
Nas eleições do ano passado, a AfD recebeu 10,3% dos votos, registrando uma pequena queda em relação ao pleito anterior. Recentemente, o partido se associou às campanhas contra as restrições impostas pelo governo para conter a pandemia de covid-19.
A retirada de civis teve início em algumas cidades ucranianas, após dias de desentendimentos entre os dois lados no conflito. Entretanto, os esforços humanitários foram prejudicados em várias regiões. Em Mariupol, cidade sitiada onde a população sofre com a escassez de recursos essenciais, o governo acusou tropas russas de bombardearem rotas de fuga. (08/03)
Foto: DIMITAR DILKOFF/AFP
Rússia impõe exigências para pôr fim aos ataques na Ucrânia
O Kremlin disse que a operação militar na Ucrânia seria interrompida “em um instante”, se Kiev aceitasse as exigências de Moscou. Entre estas, estavam o reconhecimento da da Crimeia como território russo; a admissão da soberania das autoproclamadas “repúblicas” separatistas no leste ucraniano e o fim das ações militares ucranianas. Mais uma rodada de negociações terminou sem avanços.(07/03)
Maior museu de arte da Ucrânia corre para salvar suas obras
Em meio à fuga de mais de 1,5 milhão de pessoas e dos constantes ataques russos, grupos correm contra o tempo na Ucrânia para salvar itens históricos da destruição. Funcionários do Museu Nacional Andrey Sheptytsky, o maior museu de arte da Ucrânia, localizado em Lviv, guardam as coleções para proteger o patrimônio nacional caso a invasão russa avance para o oeste. (06/03)
Foto: Bernat Armangue/AP Photo/picture alliance
Milhares saem às ruas para pedir paz na Europa
Pelo segundo fim de semana consecutivo, milhares de pessoas saíram às ruas na Europa para pedir o fim da guerra na Ucrânia. Na Alemanha, o maior ato ocorreu em Hamburgo, com mais de 30.000 pessoas. Protestos com dezenas de milhares de pessoas também ocorreram em cidades como Roma, Paris (foto), Londres e Riga. (05/03)
Foto: Sameer Al-Doumy/AFP/dpa/picture alliance
Começam os Jogos Paralímpicos Inverno em Pequim
Pequim relizou a cerimônia de abertura da 13ª edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia. Paz foi a palavra escolhida pelo presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC), Andrew Parsons, para terminar o seu discurso. Aletas ucranianos entraram no estádio Ninho do Passado de punhos erguidos. Rússia e Belarus ficarão fora da competição. (04/03)
Foto: Chloe Knott/AFP
Russos excluídos dos Paralímpicos
O Comitê Paralímpico Internacional (CPI) decidiu excluir os atletas russos e belarussos dos Jogos Paralímpicos de Inverno, em Pequim, devido à invasão da Ucrânia por Moscou. A decisão ocorre um dia após o CPI permitir a presença dos atletas dos dois países, mas com bandeira neutra e sem aparecer no quadro de medalhas. O argumento usado fora que “os atletas não eram os agressores”. (03/03)
Foto: Dita Alangkara/AP Photo/picture alliance
Assembleia Geral da ONU condena invasão russa na Ucrânia
A Assembleia Geral das Nações Unidas condenou, em Nova York, a invasão russa na Ucrânia e pediu que Moscou pare imediatamente com as agressões. Os votos pela resolução que exige o fim da guerra em solo ucraniano tiveram ampla maioria: dos 193 estados-membros, 141 votaram a favor – entre eles, o Brasil. Apenas cinco votaram contra, e outros 35 se abstiveram, como a China. (02/03)
Foto: Timothy A. Clary/AFP
Zelenski pede à UE que prove que está ao lado de ucranianos
O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, pediu à União Europeia (UE) para provar que está do lado dos ucranianos diante da extensa ofensiva militar russa contra seu país. Num discurso por videoconferência durante uma sessão extraordinária do Parlamento Europeu, Zelenski reforçou o pedido feito oficialmente no dia anterior para que a UE aceite a adesão imediata do país ao bloco. (01/03)