
O Globo

Com a proximidade do pleito, o início das conversas sobre alianças e divisão de fundo eleitoral, e levando em conta o risco de seus partidos não superarem a cláusula de barreira, três senadores decidiram trocar de legenda para a disputa deste ano. O senador Fabiano Contarato, por exemplo, trocou a Rede pelo PT e tenta se cacifar para concorrer ao governo do Espírito Santo.
A desfiliação de Contarato do partido da ex-ministra Marina Silva ocorreu por falta de estrutura e pelo baixo desempenho da legenda nas últimas eleições. A pretensão eleitoral do parlamentar, que se destacou nacionalmente por sua atuação na CPI da Covid, esbarra nas conversas entre PT e PSB para uma aliança nacional em torno da candidatura do ex-presidente Lula ao Palácio do Planalto. No Espírito Santo os socialistas cobram o apoio petista à reeleição do governador Renato Casagrande.
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— Disputar o governo do Espírito Santo não é uma situação que está fora de possibilidade, se o Partido dos Trabalhadores , no qual estou me filiando, quiser construir um projeto de governo e acreditar que meu nome seja um nome bom para a disputa, eu não me furtarei da responsabilidade — diz Contarato.
Assim como Contarato, Leila Barros também trocou de legenda para disputar o governo do Distrito Federal. A ex-jogadora de vôlei trocou o PSB pelo Cidadania. Segundo ela, “a nova legenda permitirá desempenhar uma atividade mais eficaz e organizada no Senado Federal ao lado dos senadores Eliziane Gama e Alessandro Vieira”. A senadora deve enfrentar o atual governador, Ibaneis Rocha (MDB), que tentará a reeleição, e outros dois colegas de Senado: Reguffe, que se filiou ao Podemos e deve dar palanque ao ex-ministro Sergio Moro, e Izalzi Lucas (PSDB).
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Eleições na mira

Bolsonaristas no páreo
Em Santa Catarina, a disputa pelo governo deve ter mais de um bolsonarista no páreo. O senador Jorginho Mello (PL), que tem mandato até 2027, costura uma aliança com Republicanos e Progressistas para a eleição. O atual chefe do Executivo, Carlos Moisés (sem partido), busca uma aproximação com o governo federal. De olho em sua reeleição, Moisés tenta atrair o eleitorado conservador após enfrentar dois processos de impeachment.
Já o senador Dário Berger (MDB) tem conversas adiantadas para se filiar ao PSB e formar uma chapa de oposição ao atual governo. O prazo para as convenções partidárias — e definição de candidaturas — termina em agosto. Segundo Berger, a disputa pelo governo catarinense não deve se basear em um “Fla-Flu” =entre Lula e Bolsonaro.